Camilo Santana endureceu o tom e conseguiu encerrar o motim dos PMs                                    Foto: Divulgação

O Governo do Ceará sai vitorioso e terá muito trabalho, a partir desta segunda-feira (2), para reativar os trabalhos da Polícia Militar, a fim de garantir a segurança em todo o Estado. Mas, após quase duas semanas de paralisação na PM, o governador Camilo Santana conquista o status de vencedor e de habilidoso negociador com um pequeno grupo de amotinados, tendo à frente representantes mais interessados em suas aspirações políticas, como o capitão Wagner, cabo Sabino e soldado Noélio, por exemplo.

A partir de agora, é recolocar as viaturas e a tropa em condições de voltarem a realizar o policiamento ostensivo e preventivo no território cearense, combatendo os criminosos – que aproveitaram o motim para intensificar suas ações delituosas –, e devolver a segurança aos cearenses no seu dia a dia.

O acordo apresentado pela Comissão formada pelos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, na tarde desse domingo (1), foi aceita pelos amotinados perto do final da noite, representando um golpe certeiro do governador Camilo Santana contra um grupo de insubordinados que, além de estar agindo totalmente fora da Lei – afinal a Constituição Federal proíbe forças de segurança de realizarem motins ou greves – estava obtendo imensa rejeição por parte da população cearense.

E, com o endurecimento da posição do Governo do Ceará, que encaminhou uma PEC à Assembleia Legislativa na sexta-feira passada e cuja tramitação iniciou no sábado (29), durante sessão extraordinária, para proibir a anistia aos amotinados – uma das principais reivindicações do movimento paredista – os amotinados acabaram cedendo.

Dentre os principais pontos do novo acordo estão uma revisão dos processos abertos contra os PMs que participaram do motim; garantia de não haver transferências de PMs para o interior do Ceará em até 60 dias a partir do encerramento da paralisação; apoio da OAB-CE, Defensoria Pública, MPCE e Exército aos policiais, processos legais sem perseguição e com direito à ampla defesa.

E o mais relevante para o governador Camilo Santana, a manutenção do acordo que havia sido fechado na Assembleia Legislativa no dia 13 de fevereiro, garantindo um aumento substancial aos PMs cearenses, escalonado até 2022, cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e representando um investimento de R$ 495 milhões por parte do Governo do Ceará.