Espionado em 2021,
Camilo sobre espionagem da Abin: ‘Lamento que tenha sido utilizada no Governo anterior para perseguição de pessoas públicas’
Por Redação IN Poder - Em 25/01/2024 às 7:00 PM
O ministro da Educação, Camilo Santana, lamentou nesta quinta-feira, 25, as informações divulgadas de que ele foi alvo de espionagem por parte da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), então comandada pelo atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL), em 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em nota, o ex-governador do Ceará ressaltou que confia no trabalho da Polícia Federal – que deflagrou a operação “Vigilância Aproximada” nesta quinta, 23, contra Ramagem.
“Lamento os fatos relatados hoje pela imprensa, que apontam que a Agência Brasileira de Inteligência, um órgão tão importante, tenha sido utilizado ilegalmente no Governo anterior para perseguição de pessoas públicas. E confio no trabalho da Polícia Federal para apurar responsabilidades, de forma a garantir a preservação do papel da Abin no fortalecimento do Estado Democrático de Direito no Brasil”, afirmou o titular da Educação.
Em 2021, agentes da Abin foram flagrados por dois policiais militares que faziam a segurança da residência oficial da Governadoria do Ceará, localizada ao lado do Palácio da Abolição, em Fortaleza, controlando drones com equipamentos superpotentes de escuta. Quando indagados pelos policiais, os agendes se identificaram como funcionários da Agência.
A Abin havia instaurado processo interno para investigar a ação de dois servidores. Em 2022, o caso arquivado pela Abin sob alegação de que não houve “nenhuma ação de acompanhamento sobre autoridades constituídas do Governo do Estado do Ceará”.
Saiba mais
Oex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) é um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta quinta-feira, 25, pela Polícia Federal, para investigar organização criminosa que teria se instalado na Abin para monitorar ilegalmente autoridades, jornalistas e políticos.
Esse monitoramento teria sido feito sem autorização judicial, por meio da ferramenta First Mile, utilizada para geolocalização de dispositivos móveis.
Delegado da Polícia Federal, Ramagem foi nomeado diretor-geral da Abin em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele deixou o cargo em março de 2022. As suspeitas levantadas contra Ramagem foram comentadas pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto via redes sociais.
“Está claro que mais essa operação da PF de hoje contra o deputado Alexandre Ramagem é uma perseguição por causa do Bolsonaro. Esse negócio de ficar entrando nos gabinetes é uma falta de autoridade do Congresso Nacional. Rodrigo Pacheco deveria reagir e tomar providências”, declarou Costa Neto. “Isso é pura perseguição e pode acabar elegendo o Ramagem com mais facilidade no Rio de Janeiro”, acrescentou.