Embate pedetista
Cid Gomes diz que vai convocar diretório estadual do PDT para eleger novo presidente do partido no Ceará
Por Redação IN Poder - Em 02/10/2023 às 5:07 PM
Retirado da presidência do PDT no Ceará, o senador Cid Gomes (PDT) disse que vai convocar novamente o diretório estadual da sigla para que uma nova executiva seja eleita. Em entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira, 2, o parlamentar ressaltou que não descumpriu nenhum acordo que assumiu quando foi lhe conferido a presidência do partido. A decisão foi anunciada após reunião com apoiadores realizada nesta tarde.
“Fui surpreendido. Sem nenhum aviso, nenhuma comunicação de que ele (André Figueiredo) retornava para a presidência do partido e alegava três compromissos de minha parte não cumpridos. Menos verdade. Não procede essa informação. O único compromisso que foi assumido foi de que eu ficaria até dezembro (presidência), e depois que o apoiaria à reeleição. Os outros compromissos citados por ele eu não assumi. Quem descumpriu o compromisso foi ele”, declarou Cid.
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Ainda não há data prevista para reunião do diretório estadual. Isto porque ainda será necessário reunir assinaturas dos membros visando a convocação do colegiado. Entretanto, conforme Cid a previsão inicial é de que a votação seja realizada dia 16 deste mês. Durante o pronunciamento, Cid estava acompanhado de deputados estaduais, federais e secretários do governo Elmano de Freitas (PT) filiados ao PDT.
“Lamentamos tudo isso. Eu preferia que o PDT tivesse uma outra agenda. Mas infelizmente essa motivação, uma parte dela em função de uma estratégia equivocada adotada na campanha eleitoral, e que invés de ter humildade para reconhecer o erro insistem em persistir numa posição de disputa e de vindita, vingança, como se o povo não fosse soberano nas suas decisões”, afirmou o FG.
Reunião de sexta, 29
Na reunião do diretório realizada na última sexta-feira, 29, os ânimos entre cidistas e o grupo liderado pelo deputado federal e presidente nacional interino André Figueiredo (PDT) ficaram acirrados. Houve registros de xingamentos e provocações de ambos os lados, resultado na saída de alguns membros da reunião. Sobre o assunto, Cid não considera que este tenha sido o motivo para que André retornasse à presidência do PDT no Ceará.
“Penso que não foi isso. Penso que foi um pretexto. Essas coisas (confusões internas) não são comuns, não são normais, nem corriqueiras. O que houve foi alguns discursos mais provocativos que tiveram reações. Isso faz parte do processo partidário. Não enxergo nisso motivação. Tanto que, ao que me consta, foi alegado três compromissos que eu deixei de cumprir. O único compromisso foi de que eu ficaria até dezembro e no ano que vem ele voltaria ao partido com meu apoio”, pontua.
O senador ressalta que representa o sentimento majoritário dos pedetistas, sejam eles deputados ou prefeitos. Desde que assumiu o comando do partido no Ceará, há três meses, Cid acredita ter estancado a debandada de prefeitos PDT para outras legendas. E por conta disso, de sua atuação, ele considera que a acusação do grupo opositor – de que a sigla trabalhista estava implodindo devido a atuação do FG – não procede.
“Nesses dois meses que a casa estava sob nova direção, houve mais reunião do que nos últimos quatro anos da direção anterior. Isso mostra que a vida partidária estava mais intensa do que nunca. Antes de eu assumir o partido, a gente perdia dois ou três prefeitos por semana. De lá para cá, a gente estancou. Essa tem sido minha luta.”, iniciou.
“Há uma ala do partido que não se conforma com os resultados da eleição de 2022 e prefere fazer vindita, prefere ficar esticando a corda e manter uma linha de oposição, de agressividade e de negação das alianças que a gente teve até então. O PDT tem a força que tem porque foi um partido que se aliou a muitos outros partidos. O PDT hoje, pelo menos o PDT de Fortaleza, é um partido absolutamente isolado, coisa que eu lamento profundamente”, completou.