Foto: Divulgação / Band Ceará

Fortaleza, uma das mais dinâmicas capitais do Brasil e a líder econômica do Nordeste, testemunhou na noite de quinta-feira, 8, um primeiro debate entre candidatos à Prefeitura que deixou a desejar. O evento, transmitido pela Band Ceará, revelou uma preocupante ausência de propostas concretas para os desafios reais da cidade.

Os candidatos, em vez de apresentarem soluções inovadoras e detalhadas para os problemas locais, desviaram-se para ataques pessoais e discussões irrelevantes, destacando-se a falta de profundidade nas propostas e uma excessiva ênfase em alianças políticas e rivalidades pessoais. A verdadeira questão que deve ser abordada é: qual a relevância do apoio político de uma liderança para o cotidiano dos fortalezenses?

A resposta é clara: nada muda substancialmente. O próximo prefeito, seja quem for, será o responsável direto por enfrentar os desafios e implementar soluções que afetarão a vida dos cidadãos, desde as áreas mais turísticas da Praia de Iracema até as regiões periféricas como o José Walter.

Em vez de se envolverem em confrontos pessoais, seria mais proveitoso se os candidatos utilizassem os próximos debates para demonstrar um profundo entendimento dos problemas e um comprometimento real com a cidade.

O evento de ontem revelou uma série de trocas de farpas e acusações no âmbito pessoal. André Fernandes (PL) cobrou Capitão Wagner (União) por não ter aceitado lhe apoiar na corrida eleitoral. Sarto (PDT) para que Eduardo Girão (Novo) trocasse de camisa, cuja mensagem atacava diretamente sua gestão na Capital.

Evandro Leitão (PT) cometeu um deslize significativo ao classificar os pais que enfrentam longas filas para medicamentos como “covardes”, depois de uma provocação de Sarto. O petista demonstrou nervosismo e se atrapalhou em quase todas as suas falas. Um teste de fogo para um político que sempre teve como característica ser apaziguador, invés de bélico. Mesmo assim, citou que ampliaria a Rede Cuca para todas as regionais e disponibilizaria o Passe Livre Estudantil para os fins de semana. Este foi seu ponto alto.

Técio Nunes (Psol) e George Lima (Solidariedade) se saíram bem, mas – assim como seus oponentes – também não apresentaram propostas efetivas, se limitaram a criticar a atual gestão municipal.

Este debate deveria servir como um alerta para todos os envolvidos. Com uma população de mais de 2 milhões de habitantes aguardando ações efetivas do próximo prefeito, Fortaleza merece um diálogo mais substancial e direcionado às verdadeiras necessidades da cidade. A expectativa é que os próximos debates proporcionem uma abordagem mais séria e fundamentada. Fortaleza, sem dúvida, merece mais.