O evento ocorreu na sede da OAB-CE e foi promovido pelo O Povo. Foto: Divulgação / FCO Fontenele / O Povo

O debate entre os candidatos à Prefeitura de Fortaleza, realizado na noite desta terça-feira, 27, pelo Grupo O Povo na sede da OAB-CE, foi marcado por momentos de tensão e troca de farpas. O evento reuniu seis dos principais concorrentes: André Fernandes (PL), Capitão Wagner (UB), Evandro Leitão (PT), George Lima (Solidariedade), José Sarto (PDT) e Técio Nunes (Psol). O encontro, que durou cerca de duas horas, evidenciou a acirrada disputa pelo comando da capital cearense, mas também expôs a fragilidade das campanhas em manter o foco em propostas concretas.

O debate pode ser dividido em três fases distintas, cada uma refletindo as estratégias e, em alguns casos, os deslizes dos candidatos. A primeira parte foi uma verdadeira exibição de provocações e ataques pessoais, com termos como “desequilibrado”, “mentiroso” e “covarde” dominando o vocabulário dos participantes. Não faltaram xingamentos e insinuações, que só serviram para desviar a atenção do público das questões realmente relevantes para a cidade.

Com o aumento da temperatura dos ânimos, o mediador teve que conceder uma série de direitos de resposta, o que marcou a segunda fase do debate. Essa etapa foi marcada por uma tentativa dos candidatos de se defenderem das acusações e de recuperar a imagem diante dos eleitores. No entanto, a troca constante de ataques e a falta de controle no uso da palavra acabaram prejudicando a fluidez do encontro, gerando uma sensação de caos e desorganização.

Na fase final, os candidatos tentaram, ainda que de forma atropelada, apresentar algumas propostas para Fortaleza. Embora tenha havido uma ligeira melhora no conteúdo do debate, foi evidente a dificuldade dos postulantes em manter uma linha de raciocínio clara e objetiva. Mesmo assim, algumas ideias conseguiram se destacar em meio à confusão, oferecendo ao eleitor um vislumbre das prioridades de cada campanha.

No cenário eleitoral, Capitão Wagner, José Sarto, André Fernandes e Evandro Leitão se destacam nas pesquisas de intenção de voto, todos com números acima de dois dígitos. O debate reforçou a percepção de que a disputa está longe de ser decidida, com os candidatos mais competitivos evitando poupar adversários, mesmo diante da possibilidade de alianças futuras. Wagner, por exemplo, concentrou seus ataques em Evandro Leitão, enquanto André Fernandes sofreu forte oposição de George Lima e Técio Nunes.

A ausência de Eduardo Girão (Novo) foi lamentada por Wagner e André, que, apesar das farpas trocadas, evitaram confrontos diretos entre si. Esse comportamento sugere uma estratégia de contenção de danos, visando preservar alianças potenciais para o segundo turno. No entanto, o tom geral do debate deixou claro que, até o dia 6 de outubro, data da primeira votação, a campanha continuará marcada por embates intensos e pouca disposição para concessões.