Articulações

Disputa pela presidência da Alece mobiliza base governista e oposição

Por Redação IN Poder - Em 07/11/2024 às 3:58 PM

Reinauguração Do Plenário 13 De Maio (18)

Reinauguração Do Plenário 13 De Maio (18)

Com o encerramento das eleições municipais, os deputados estaduais do Ceará iniciam um novo ciclo de articulações para definir quem sucederá Evandro Leitão (PT) na presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Leitão, eleito prefeito de Fortaleza, deixa a posição em janeiro de 2025, abrindo caminho para uma nova configuração de forças dentro da Casa. Pelo menos seis nomes de parlamentares próximos ao Governo Elmano de Freitas estão sendo cogitados para a presidência, incluindo Fernando Santana (PT), Osmar Baquit (PDT) e Salmito Filho (PDT), reforçando o cenário de disputa interna entre as lideranças governistas.

A corrida para a presidência da Alece é estratégica, pois além de controlar o andamento das pautas legislativas, o presidente tem papel fundamental na interlocução com o Executivo estadual. Entre os nomes especulados, há consenso sobre a necessidade de que o futuro líder tenha boa relação com todos os setores do parlamento, sem uma postura impositiva. Nos bastidores, é comentado que a escolha também levará em conta as demandas da maior bancada, atualmente a do PDT, que deseja assegurar protagonismo.

A oposição, por sua vez, não se mantém passiva diante desse processo. Mesmo em minoria, líderes oposicionistas sinalizam que estão prontos para apresentar uma chapa alternativa caso não sejam contemplados nas negociações. Dentre as exigências desse grupo estão a paridade no tratamento e o compromisso de que a presidência não seja assumida por um parlamentar do PT, partido que, segundo a oposição, já ocupa posições centrais no poder cearense. “Queremos que todos sejam tratados de forma igualitária”, reforça o líder oposicionista Felipe Mota, que defende a candidatura de um nome que represente a diversidade política da Casa.

A influência de lideranças estaduais sobre a decisão final é evidente. Figuras como o governador Elmano, o ministro Camilo Santana e o senador Cid Gomes terão um papel decisivo nas negociações, uma vez que suas indicações e preferências podem influenciar significativamente a eleição. Além disso, as tratativas incluem potenciais acordos em torno da vaga no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e a presidência da Câmara Municipal de Fortaleza, fortalecendo o peso dos acordos partidários.

Em meio às articulações, os nomes cotados já se posicionam. Baquit, atual 2º vice-presidente, declarou estar disposto a liderar a Casa, enfatizando que a decisão caberá às lideranças maiores do estado. Fernando Santana, primeiro vice-presidente, manifestou seu interesse em assumir o cargo, mas ponderou que ainda se trata de especulações. Salmito, atualmente secretário de Desenvolvimento Econômico, também demonstrou disposição para retornar à Alece, caso seja lembrado para o cargo, destacando a importância de maturidade política e alinhamento com o governo estadual.

O embate também se estende aos critérios para a formação da nova Mesa Diretora, cuja eleição deve ocorrer entre 1º e 15 de dezembro. Cada chapa precisa do apoio de, pelo menos, nove deputados, e o regimento interno exige que a escolha final seja feita por maioria absoluta. Caso nenhum nome alcance essa maioria no primeiro escrutínio, uma nova votação é realizada, em que a chapa mais votada assume a direção da Casa. Assim, a disputa pelo apoio dos parlamentares promete intensificar as negociações nas próximas semanas.

O cenário aponta para uma disputa acirrada entre aliados e opositores, com foco na escolha de um presidente que represente tanto a coesão quanto a pluralidade da Assembleia. Enquanto a base governista busca um nome de consenso, capaz de unificar a Casa e manter o diálogo com o Executivo, a oposição avalia todas as possibilidades para não perder espaço na Alece. A eleição de dezembro marcará o início do novo biênio, em um período de grandes expectativas sobre a atuação parlamentar diante dos desafios e pautas estaduais que aguardam votação em 2025. As informações são do jornal Diário do Nordeste.

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