Novo Normal
Educadora, consultora e mestre em controladoria pela USP, Ana Flávia Chaves participará de Live sobre Educação digital com Pompeu Vasconcelos
Por Pompeu - Última Atualização 20 de junho de 2020
No início dos anos 2000, com o começo do acesso à banda larga, o termo educação digital passou a ser empregado. O conceito representa a utilização da tecnologia para ensinar novos conhecimentos, ou seja, engloba toda difusão pelas mídias e plataformas digitais e pode ser realizado de modo síncrono ou assíncrono. “Por exemplo, no modo síncrono é necessária a presença em um determinado horário e existe a interação ‘on time’, podendo ser em uma ‘live’, em um webinar ou em uma das várias plataformas: Zoom, Google Meet, Skype etc. Quando o aluno tem a liberdade de escolher o melhor horário, as interações têm que estar gravadas e ocorrerão no modo assíncrono”, quem nos explica é a educadora, empreendedora, consultora e mestre em controladoria, Ana Flávia Chaves, que participa, amanhã, 9 de junho, às 17 horas, de uma live com o comunicador e empresário Pompeu Vasconcelos, no Instagram dele @pompeuvasconcelos.
Tipos de tecnologia
A educação digital muda o protagonista, que passa a ser o aluno, e exige dos educadores um conhecimento de novas metodologias pedagógicas para que suas interações gerem motivação, engajamento, divergindo da maior parte do ensino tradicional e presencial. Para isso, no entanto, diversas são as tecnologias utilizadas. Ana Flávia Chaves, que iniciou a carreira como docente da Universidade Federal do Ceará (UFC) e depois integrou o quadro da FIC/Estácio, nos explica algumas das principais.
A gamificação transforma o conteúdo a ser aprendido em um jogo lúdico e interativo, gerando um engajamento e despertando a curiosidade para que aprendizagem ocorra. A robotização se utiliza de inteligência artificial e desenvolve robôs que são capazes de criar testes personalizados, exercícios simulados, além de monitorar os acessos e disparar automaticamente e-mails sobre a quantidade de interações que os estudantes estão realizando na plataforma. A plataforma digital, por sua vez, é onde o material é disponibilizado, aulas, chats, exercícios, bibliografia digital e convite para eventos como lives, webinar etc.
Educação digital no Brasil
De acordo com a consultora, para que nosso País desponte na educação digital, é essencial, inicialmente, a inclusão digital. “A população teria que ter fácil acesso à internet e equipamentos para se conectar. Todavia, considerando a pirâmide de Maslow, que salienta que o ser humano precisa ter suas necessidades básicas atendidas, as questões de alimentação e saúde devem ser resolvidas para que este aluno tenha as condições mínimas para aprender tanto no modelo tradicional/presencial como na educação digital”, explica.
Ainda segundo ela, comparando o Brasil a países desenvolvidos, estamos muito lentos no quesito inclusão digital, porém, existe uma peculiaridade de nosso povo que é a criatividade e a facilidade em ser comunicativo e que facilmente se expõe. “Para acelerar esse processo, é preciso que haja investimento em produção de conteúdo de qualidade, capacitação dos docentes da rede pública e investimentos em infraestrutura tecnológica e desenvolvimento de plataformas seguras”, afirma.
O digital e a pandemia
Nesse período de pandemia, o digital nunca foi tão forte. A necessidade de isolamento social levou as pessoas a se abrirem ao novo, abriu uma lacuna de tempo nas agendas e forçou a todos os céticos, os que tem mais ou menos habilidade tecnológica, a aprenderem por necessidade. Ana Flávia reforça que, nesse atual cenário, os preconceitos foram superados e, passado o momento do impacto, as pessoas se abriram ao aprendizado da utilização das plataformas e muitos, além de aprenderem, começaram a compartilhar conhecimentos, o que nos leva a onda muito positiva de despertar para aprender. Isso vai de coisas simples do cotidiano, desde como preparar pratos saudáveis para sua família a assuntos de interesse de cada um, como história da arte.
“A educação digital é o maior instrumento de democratização do conhecimento. Todos, com o acesso digital mínimo – um celular e internet, conseguem alcançar uma multidão de conhecimentos. A questão é que se faz necessário ter um filtro, ser reflexivo, pois, nesse oceano infinito de dados existe a possibilidade de se afogar e não aprender a nadar”, conta.
Segundo ela, precisamos nos utilizar da capacidade reflexiva para escolher o que aprender e quais fontes seguir. “Por exemplo, quem produz material de qualidade, como o IN Connection, se destaca em sua audiência e no seu compromisso de gerar e socializar os conhecimento e reflexões necessárias. Existe uma busca por maior profundidade nas informações que deixam de ser superficiais, já que as pessoas estão consumindo mais. E, dentro desse oceano, os destaques vão para quem consegue passar as informações de modo leve, simples e aprofundado, ou seja, falar simples sobre o complexo”, assevera.
A educação digital no pós-pandemia
Com o início da pandemia e a necessidade de isolamento, o processo de aprendizagem das plataformas, seja para trabalhar ou para gerar aulas on time nas escolas e universidades, foi acelerado. As instituições de ensino tiveram que criar suas salas de aula virtuais utilizando o conceito de sincronismo – aluno e professor no mesmo tempo e interagindo, porém, tudo fica gravado, também se utilizando do conceito assíncrono de aprendizagem. “Essa realidade não tem volta. Acredito que quando existirem eventos presenciais, tudo será gravado, permitindo que pessoas do mundo todo possam ter acesso sem estar lá fisicamente”, aponta Ana Flávia.