A definição de Romeu Aldigueri (PDT) como próximo presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) foi vista como um movimento estratégico para apaziguar tensões internas na base do governador Elmano de Freitas (PT). Segundo o deputado federal José Guimarães (PT), a escolha encerra uma crise que se instalou após divergências sobre o candidato ideal ao cargo. Guimarães apoiava Fernando Santana (PT), mas reconheceu que a decisão foi necessária para preservar a unidade política.
“Elmano pacificou o processo. Minha posição era clara em favor de Fernando, mas o mais importante foi o entendimento alcançado. Política é diálogo, e o governador conseguiu construir isso”, afirmou Guimarães durante uma plenária de apoiadores no último sábado. O parlamentar ressaltou que, embora a escolha inicial do PT fosse por Santana, a mudança de rumo representou um gesto de equilíbrio na aliança governista.
A disputa interna ganhou força após o senador Cid Gomes (PSB) questionar a concentração de poder nas mãos do PT, desencadeando articulações que resultaram na retirada da candidatura de Santana. Durante o impasse, Guimarães chegou a afirmar que a indicação de Santana era definitiva, mas reconheceu que a alternativa de Aldigueri surgiu como solução viável para evitar rupturas.
A eleição de Aldigueri foi realizada com chapa única e simboliza um esforço conjunto pela estabilidade política. Segundo Guimarães, o processo reafirma a importância das alianças, mas com atenção ao equilíbrio interno. “Eu defendo a política de alianças, mas é preciso cuidar do que é essencial para o PT e para o projeto que queremos implementar no Brasil”, concluiu o deputado.