Embates estaduais:
Federação entre PSD e PSDB enfrenta desafios no Ceará e em outros estados
Por Redação IN Poder - Em 08/01/2025 às 2:13 PM
Mirando as eleições de 2026, a possível federação entre PSD e PSDB encontra obstáculos em vários estados, especialmente no Ceará, devido a posições políticas divergentes entre as siglas. A aliança entre o PSD de Gilberto Kassab e o PSDB de Marconi Perillo se complica em pelo menos cinco estados: Ceará, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina.
No Ceará, a união se torna ainda mais difícil devido ao contexto político local. O PSDB integra a oposição ao governo de Elmano de Freitas (PT) e ao prefeito Evandro Leitão (PT), tornando a possível federação menos viável, considerando o histórico de discordâncias entre as siglas. A tensão aumentou durante as eleições municipais de 2024, quando o ex-prefeito José Sarto (PDT), aliado ao PSDB local, teve Élcio Batista como vice, e o PSDB adotou uma postura de neutralidade no segundo turno da disputa para a Prefeitura de Fortaleza, onde o PDT e o PSDB demonstraram maior proximidade com o candidato André Fernandes (PL), aliado de Jair Bolsonaro.
Além disso, o PSD, que saiu fortalecido nas eleições municipais de 2024, se aliou à gestão de Fortaleza através da vice-prefeita Gabriella Aguiar, membro do partido. A boa relação entre PSD e a administração municipal reflete nas vitórias eleitorais recentes, enquanto o PSDB se distanciou do governo estadual e municipal.
Em outros estados, a situação não é diferente. Em Minas Gerais, o PSD forma base de apoio ao governo de Romeu Zema (Novo), enquanto o PSDB se posiciona como oposição. Em Santa Catarina, a disputa na capital Florianópolis entre o tucano Dário Berger e o pessedista Topázio Neto também evidencia a divisão entre os partidos. Já na Bahia, o governo de Jerônimo Rodrigues (PT) conta com secretários do PSD, enquanto a oposição é liderada pelo deputado tucano Tiago Correia.
Em Pernambuco, negociações com a governadora Raquel Lyra (PSDB) ainda estão em espera, pois a possibilidade de uma federação entre as siglas depende de sua decisão sobre permanecer no PSDB ou migrar para o PSD, o que poderia aproximá-la do governo Lula.
A criação de uma federação partidária exige que os partidos envolvam-se em uma união estável por, no mínimo, quatro anos, o tempo de um mandato. A federação permite a candidatura a cargos tanto majoritários quanto proporcionais, diferentemente das coligações, que só valem para eleições majoritárias. O desafio de consolidar a federação entre o PSD e o PSDB continuará a ser um tema central nas discussões políticas, principalmente em estados como o Ceará, onde as posições conflitantes entre os dois partidos são mais evidentes.