Foto: Divulgação / Assembleia Legislativa

O deputado estadual Fernando Santana (PT) negou que sua indicação para a presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) tenha sido o motivo central do rompimento entre o senador Cid Gomes (PSB) e o governador Elmano de Freitas (PT). Em entrevista, Fernando apontou que o desentendimento estaria mais relacionado à insatisfação com a predominância do PT na política estadual e nacional.

“As informações que chegam até mim indicam que não há problema com nomes, mas sim com o partido”, afirmou o parlamentar. Ele também ressaltou o respeito ao senador, destacando que sua relação com Cid não se baseia em conflitos pessoais. Nos bastidores, a decisão de Cid é vista como um movimento estratégico diante do que ele enxerga como hegemonia do PT, que comanda tanto a Presidência da República quanto o governo estadual e, a partir de 2025, a Prefeitura de Fortaleza.

Fontes próximas ao senador indicam que ele pretende adotar uma postura mais independente, dissociando-se do governo estadual. A falta de consulta a Cid e seus aliados sobre a indicação de Fernando Santana para o comando da Alece teria intensificado o descontentamento. Apesar disso, interlocutores apontam que a insatisfação de Cid reflete um desconforto maior com o modelo de condução política do partido no Ceará e no cenário nacional, mais do que uma questão de cargos.

O cenário reflete as crescentes tensões dentro da base aliada no Ceará, em um momento crítico de definição de lideranças e estratégias para o futuro político do estado. A postura de Cid e sua eventual agenda independente podem influenciar a configuração das forças políticas locais nos próximos anos, ampliando as incertezas sobre a aliança com o PT.