MEDIDA PROVISÓRIA
Governo quer arrecadar R$ 2 bilhões, em um mês, com volta da cobrança do IOF
Por Marcelo - Em 26/11/2020 às 8:21 PM
O retorno da cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre transações de crédito renderá cerca de R$ 2 bilhões em um mês, disse nesta quinta-feira (26) o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal. A alíquota zero, que acabaria no fim de dezembro, foi encerrada ontem, por meio de uma medida provisória editada pelo presidente Jair Bolsonaro.
Com a MP, quem pegou dinheiro emprestado numa operação de crédito voltará a pagar 3% ao ano (empresas) e 6% ao ano (pessoas físicas) sobre o valor contratado, mais uma alíquota fixa de 0,38% por operação. Zerada para baratear a concessão de crédito durante a pandemia do novo coronavírus, a cobrança de IOF foi retomada para custear a isenção da tarifa de energia aos consumidores atingidos pelo apagão no Amapá.
Segundo Funchal, a antecipação da medida em um mês não estava planejada e ocorreu por uma contingência, porque o IOF, por tratar-se de um imposto regulatório, tem efeito imediato sobre a arrecadação quando é reajustado. “É claro que o ideal é você ter algo planejado, mas teve uma eventualidade que foi a questão do Amapá e, para as ações de novas despesas poderem ser feitas, pela LRF, era necessária uma compensação”, disse.
Também ontem, o governo editou medida provisória com crédito de R$ 80 milhões ao Ministério de Minas e Energia. Funchal não explicou a divergência de valores entre os R$ 2 bilhões de arrecadação com o IOF e o valor repassado ao MME. Apenas disse que o governo agiu de forma conservadora, para evitar desrespeitar a LRF.