A guerra entre Ucrânia e Rússia no Leste da Europa deve provocar uma aceleração de investimentos em obras estruturantes no Ceará, especialmente no que diz respeito ao Hub de Hidrogênio Verde que está em implantação no Complexo do Pecém, bem como a exploração da mina de urânio de Itataia, no município de Santa Quitéria.

Maia Júnior não concorda com a guerra, mas ela gera oportunidades               Foto: Divulgação

E isso deve trazer grandes benefícios para o Estado. “Estamos promovendo os investimentos aqui no Ceará e não compactuamos com o cenário de guerra, com o nível de intolerância e o sofrimento de pessoas, como estamos vendo na Ucrânia. A guerra traz prejuízos, mas também gera muitas oportunidades de negócios”, afirmou o secretário de Desenvolvimento Econômico e Trabalho, Maia Júnior.

Segundo ele, o conflito gera muitos transtornos para o fornecimento de energia para a Europa, principalmente o gás, que é muito utilizando pelo setor produtivo europeu, não só para a sua infraestrutura industrial, como também para garantir o equilíbrio térmico da população, e em grande parte é fornecido pela Rússia.

“Isso vai impulsionar o nosso Hub de H2V, que já possui 16 memorandos de entendimento assinados com grandes players internacionais do setor de geração de energia a partir do hidrogênio, com uma média entre US$ 4 bilhões em investimentos por projeto. Nosso objetivo é viabilizar esses investimentos, que devem ter um impacto muito positivo em nosso PIB”, salientou o titular da Sedet.

Além disso, a Rússia é um grande fornecedor de fertilizantes para o agronegócio brasileiro. “Então, temos no Ceará um grande projeto do Governo Federal, da mina de Itataia, que foi retomado em meados de 2020. Agora, cabe ao poder público federal trabalhar para viabilizá-lo, uma vez que já está na fase de tratativas do licenciamento ambiental, por parte do Ibama”, disse.

“Aqui em Itataia teremos 10% de produção de urânio, além de 90% de fosfato e bicálcio, que são dois grandes insumos da indústria de fertilizantes. E, junto com a amônia a ser produzida no Hub de H2V, poderá fazer do Ceará um dos principais fornecedores de fertilizantes da América Latina”, asseverou Maia Júnior.