Foto: Divulgação / Alece

A Assembleia Legislativa do Ceará (Alece) elegeu Larissa Gaspar (PT) como 2ª vice-presidente da Mesa Diretora para o biênio 2025/2026, consolidando um marco histórico. Pela primeira vez, uma mulher ocupará uma das vice-presidências da Casa, que nunca teve uma presidente desde sua fundação, em 1835. A eleição reflete um avanço simbólico, mas ainda modesto, diante do cenário de sub-representação feminina nas posições de comando.

Apesar do aumento no número de deputadas eleitas em 2022, com nove parlamentares compondo a atual bancada feminina, a presença delas na estrutura hierárquica da Alece permanece limitada. Até agora, apenas Juliana Lucena (PT) ocupa um cargo na Mesa, como 2ª secretária, repetindo um padrão em que as mulheres alcançam funções menos influentes. Antes dela, nomes como Aderlânia Noronha e Érika Amorim ocuparam postos de secretariado, mas nunca posições estratégicas como a presidência ou a 1ª secretaria.

A chapa única eleita nesta segunda-feira também inclui Luana Régia (Cidadania) e Emília Pessoa (União Brasil) como vogais, funções consideradas suplentes. O processo de formação das chapas leva em conta critérios como a força partidária e negociações internas, fatores que historicamente dificultam o acesso das mulheres a cargos de maior poder dentro do parlamento.

O desafio das mulheres na Alece não é apenas eleitoral, mas também político, exigindo articulação e apoio dentro dos partidos e entre lideranças. A eleição de Larissa Gaspar representa um passo importante, mas ainda há um longo caminho para equilibrar a participação feminina nos espaços de decisão do Legislativo cearense.