no Palácio do Planalto
Lula pede coragem para o fim da greve nas universidades e institutos federais
Por Redação IN Poder - Em 10/06/2024 às 8:24 PM
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apelou ao movimento sindical para encerrar a greve nas universidades e institutos federais, durante encontro com reitores realizado nesta segunda-feira, 10, no Palácio do Planalto. “A greve tem um tempo para começar e um tempo para terminar. O que não se pode permitir é que uma greve termine por inanição. O dirigente sindical tem que ter coragem de propor a greve, negociar, e também de tomar decisões”, afirmou Lula.
Lula dedicou parte significativa de seu discurso para discutir a greve, destacando suas origens como sindicalista. “Sou um dirigente sindical que nasceu no tudo ou nada. ‘É 100% ou nada’. E muitas vezes eu fiquei com nada”, lembrou. Ele enfatizou a importância de o movimento sindical considerar a proposta do governo para encerrar a greve, argumentando que a continuidade da paralisação prejudica principalmente o Brasil e os estudantes.
Os ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação) apresentaram um balanço dos recursos investidos no ensino superior público federal entre 2023 e 2024, além de anunciar novos investimentos de R$ 5,5 bilhões para a manutenção e ampliação das universidades e institutos federais. Lula destacou esses esforços e pediu que os sindicatos considerassem os avanços já obtidos.
“O montante de recursos que a ministra Esther Dweck colocou à disposição é significativo. Quem está perdendo com essa greve é o Brasil e os estudantes. Os alunos estão à espera de voltar para a sala de aula”, afirmou Lula, referindo-se ao valor colocado à disposição pela ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck.
Camilo mencionou que o governo apresentou uma proposta salarial final que representa um aumento de 23% a 43% até 2026. “Depois de seis anos sem reajuste algum, nosso governo deu um aumento de 9% em 2023 e reabriu todas as mesas de negociação”, lembrou Santana. A nova proposta, que não inclui reajuste para 2024, mas para os anos seguintes, adiciona R$ 10 bilhões ao orçamento do MEC.
A proposta também inclui, a partir de 2024, reajustes nos valores de auxílio-creche, auxílio-alimentação e planos de saúde. Santana anunciou que haverá uma nova rodada de negociação com técnicos e auxiliares de educação nesta terça-feira (11).
Durante o encontro, a reitora da Universidade de Brasília, Márcia Abrahão, representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), comentou a greve. Ela considerou a paralisação justa devido à defasagem salarial, mas também reconheceu os avanços recentes. “Reconhecemos os investimentos em educação no seu governo”, disse Márcia a Lula, acrescentando que espera uma solução negociada entre o governo e os sindicatos.