EM SESSÃO DO TSE

Ministro Barroso critica Bolsonaro e cria comissão de transparência para eleições

Por Marcelo - Em 09/09/2021 às 4:06 PM

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral e integrante do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, elevou o tom e criticou de maneira veemente as declarações do presidente Jair Bolsonaro, a quem chegou a chamar de farsante, por não apresentar provas de que as urnas eletrônicas podem ser fraudadas.

Segundo ele, afirmações desse tipo tentam desacreditar o processo eleitoral brasileiro, provendo ações antidemocráticas. Disse, ainda, que o Brasil não quer integrar um grupo de países no qual a democracia foi derrubada e regimes autoritários foram implantados, como Venezuela, El Salvador, Geórgia, Hungria, Rússia, Nicarágua, Polônia, entre outros.

Luís Roberto Barroso subiu o tom nas respostas a Bolsonaro                             Foto: Divulgação

“A subversão democráticas nesses países se deu pela condução de líderes políticos, primeiros-ministros e presidentes eleitos pelo voto popular e que, em seguida, vêm desconstruindo os pilares que sustentam a democracia e pavimentando o caminho para o autoritarismo”, destacou o ministro.

Barroso salientou, ainda, que o Brasil vem sofrendo uma desvalorização mundial, que vem afetando a imagem dos brasileiros no exterior. “Um desprestígio pior do que a inflação, o desemprego, a desvalorização da moeda ou mesmo o desmatamento da Amazônia. Pior que tudo, a falta de compostura nos diminui perante nós mesmos”, disparou.

“O populismo tem lugar quando líderes carismáticos manipulam as necessidades e os medos da população, apresentando-se como anti-establishment, diferentes de ‘tudo o que está aí e prometendo soluções simples e erradas, que frequentemente cobram um preço alto no futuro”, salientou Luís Roberto Barroso.

Todas as declarações do ministro foram realizadas durante a abertura da sessão do TSE, nesta quinta-feira (9), quando ele anunciou a criação de uma comissão de transparência para as eleições do ano que vem, formada por 12 integrantes, sendo seis representantes do setor público, incluindo das Forças Armadas e da Polícia Federal, e seis da sociedade civil, com especialistas nas áreas de tecnologia e informação.

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