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A Polícia Federal deve concluir nesta quinta-feira, 21, o inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições presidenciais de 2022, com o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros envolvidos. O documento será enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), reunindo evidências sobre cinco eixos de investigação, que incluem ataques às instituições, ao processo eleitoral e às vacinas contra a Covid-19, além do uso da máquina pública para fins ilegais.

Entre os indiciados, além de Bolsonaro, estão nomes do alto escalão de seu governo, como os generais Augusto Heleno e Braga Neto, o delegado Alexandre Ramagem e Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Segundo informações divulgadas, o inquérito também associa os investigados ao plano de assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSD) em dezembro de 2022, além dos atentados ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

As investigações apontaram a existência de um plano operacional detalhado, batizado de “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ações específicas para o dia 15 de dezembro de 2022. O esquema envolvia militares com formação em Forças Especiais, que teriam planejado execuções por envenenamento ou métodos químicos. Também foi identificado o objetivo de eliminar o ministro Alexandre de Moraes, caso o golpe tivesse sucesso.

Com mais de 700 páginas, o relatório final da PF lista cerca de 40 indiciados, número que pode aumentar. A divulgação integral ou parcial do conteúdo ficará a cargo de Moraes, que decidirá se mantém o sigilo sobre o documento.

A apuração, que incluiu a operação Contragolpe, expôs conexões entre os envolvidos e ações coordenadas para desestabilizar a transição de governo. O caso segue como um dos mais emblemáticos na história recente do Brasil, simbolizando os desafios institucionais enfrentados no pós-eleição.