Foto: Divulgação / PRF

A Polícia Federal indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por supostas tentativas de dificultar ou impedir o deslocamento de eleitores em 2022, durante o segundo turno das eleições presidenciais. As ações teriam como alvo eleitores identificados como apoiadores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva. O indiciamento, enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) em dezembro, foi revelado nesta quarta-feira, 22, pelo Uol e confirmado por outras fontes.

Entre os indiciados estão Luis Carlos Reischak Junior, ex-diretor de Inteligência, Rodrigo Cardozo Hoppe, ex-diretor substituto de Inteligência, Djairlon Henrique Moura, ex-diretor de Operações, e Adiel Pereira Alcantara, ex-coordenador de Análise de Inteligência da PRF. Também foi citado Bruno Nonato dos Santos Pereira, ex-coordenador-geral de Inteligência da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

A investigação conduzida pela PF aponta indícios de crimes como desobediência, prevaricação, restrição ao exercício do direito de voto e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O documento foi encaminhado ao STF, que o enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) para análise. Cabe agora à PGR decidir se denuncia os indiciados, solicita mais investigações ou arquiva o caso.

O episódio reforça as tensões que marcaram as eleições de 2022, com a suposta utilização de instituições públicas para influenciar o processo eleitoral. A decisão final da PGR poderá determinar os próximos desdobramentos desse caso, que envolve questões sensíveis sobre o uso do aparato estatal e o respeito ao processo democrático.