Luis Roberto Barroso
Presidente do STF pede “novo recomeço” após atentado na Praça dos Três Poderes
Por Redação IN Poder - Em 14/11/2024 às 9:27 PM
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pronunciou-se pela primeira vez sobre o atentado de 13 de novembro em Brasília, apelando por uma “reflexão profunda” da sociedade. Em discurso de abertura da primeira sessão da Corte após o ataque, Barroso questionou o caminho tomado pelo país em meio ao crescente clima de intolerância e violência. “Onde foi que nos perdemos nesse mundo de ódio, intolerância e golpismo?” indagou o ministro.
O atentado, realizado por Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, envolveu a explosão de um carro e o arremesso de artefatos explosivos diante da Estátua da Justiça, seguido pelo autoextermínio do autor com uma das bombas. Barroso relembrou eventos recentes que também ameaçaram a estabilidade democrática do país, como os ataques de 8 de janeiro e os acampamentos de extremistas. Segundo ele, na democracia, há espaço para diferentes correntes ideológicas, mas não para o ódio ou para ações violentas.
O ministro destacou que a democracia deve acolher conservadores, liberais e progressistas, mas que “não há lugar para quem desrespeita as regras democráticas e acredita na violência como estratégia”. Para Barroso, uma causa que recorre ao ódio e à mentira “não pode ser uma causa boa”.
Defendendo punições firmes para ataques contra a democracia, Barroso enfatizou a importância de responsabilizar todos os envolvidos em ações que afrontam a ordem democrática. A fala do ministro vem em um momento em que a Polícia Federal, em colaboração com forças de segurança do Distrito Federal, avança nas investigações do atentado na Praça dos Três Poderes. Além disso, o STF instaurou um inquérito sobre o caso, com o ministro Alexandre de Moraes como relator.
Em sua mensagem final, Barroso apelou por um “novo recomeço” em prol da civilidade e do respeito mútuo, em alusão ao feriado da Proclamação da República. “Precisamos retomar um tempo de civilidade e fazer essa pequena revolução de volta ao que sempre fomos: um povo afetuoso, que se respeita e se considera”, concluiu.