O ministro participou de almoço-debate promovido pelo Lide Ceará nesta sexta, 31. Foto: Paula Amaral / Portal IN

Senador licenciado e ministro da Educação, Camilo Santana (PT) disse nesta sexta-feira, 31, que não acredita que a revogação do novo ensino médio seja o melhor caminho a ser adotado pela Pasta. O petista considera necessário abrir o diálogo com os secretários estaduais para discutir o assunto e traçar alternativas. Ele pondera, contudo, que caso haja revogação, a decisão cabe ao Parlamento, não ao Ministério.

“Simplesmente revogar e voltar ao passado eu não vejo que é o caminho. (…) Precisamos construir, fazer mudanças adaptadas às realidades e vendo as condições reais dos Estados e implementá-las como foi realizada nos últimos anos”, afirmou.

Camilo revelou não ter sido consultado – assim como os demais governadores à época – sobre a proposta do Novo Ensino Médio quando o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) iniciou as tratativas sobre o assunto. “Quando o Ministério vai implementar uma política mexer com a educação básica ou ensino médio, discutimos com os estados. Porque são eles que vão implantar as políticas. Você precisa fazer esse diálogo. Ouvir professores, alunos”, considerou.

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Camilo acenou para a dificuldade de alguns municípios brasileiros de oferecerem os itinerários educacionais propostos pelo novo modelo. Ele cita que no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) os alunos serão avaliados conforme a área do saber escolhida. “Nem todo estado, nem todos os municípios podem oferecer esses itinerários. Às vezes, uma escola oferece apenas um itinerário. A lei prevê que o Enem vai ser de acordo com as disciplinas básicas e as do itinerário. Então, imagine um jovem que não gosta de matemática e na escola dele só oferta isso, ele vai ter que fazer a prova de matemática”, declarou o ministro.

O Ministério da Educação (MEC) – de acordo com o gestor da Pasta – criou comissão composta por técnicos, membros dos governos estaduais e do conselho educação. A ideia é debater as propostas do novo ensino médio e traçar alternativas para os problemas constatados.

As falas de Camilo foram dadas durante almoço-debate promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais do Ceará (Lide Ceará) no Gran Marquise Hotel, em Fortaleza, que contou com a participação de empresários e políticos do Estado. Além de Camilo, estiveram presentes a presidente do Lide, Emília Buarque, os empresários Beto Studart e Deusmar Queirós, o senador Júlio Ventura (suplente de Cid Gomes) e o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão (PDT).