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O ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), se manifestou nesta segunda-feira, 11, contra a decisão da Universidade Federal do Ceará (UFC) de renomear a Concha Acústica para homenagear o ex-estudante Bergson Gurjão, morto durante a ditadura militar. O espaço, tradicional na cidade para eventos acadêmicos e culturais, já era conhecido informalmente pelo nome do fundador da instituição, o professor Antônio Martins Filho.

Em sua rede social, RC considerou a mudança “lamentável”, argumentando que a escolha apaga uma parte significativa da história da universidade e do próprio Ceará. Segundo ele, a memória de Martins Filho, que foi o primeiro reitor da UFC e responsável pela fundação da instituição, deveria ser preservada, especialmente no ano em que a universidade completa sete décadas de existência.

O ex-prefeito destacou a importância da UFC para o desenvolvimento científico e cultural do Estado, mencionando que “há um antes e depois da criação” da universidade na história do Ceará. Ele defendeu que a homenagem ao estudante Bergson Gurjão poderia ocorrer em outro espaço, de forma a não desconsiderar o papel fundamental de Martins Filho na trajetória da instituição.

A decisão de renomear a Concha Acústica para “Concha Acústica Bergson Gurjão Farias” foi aprovada pelo Conselho Universitário da UFC (Consuni) e anunciada na semana passada. Gurjão, ex-aluno de Química e ativista, foi morto em 1972, durante o regime militar, e é visto como um símbolo da resistência à ditadura, com seu sepultamento ocorrendo em Fortaleza após identificação dos restos mortais em 1996.

Desde 2018, o nome de Martins Filho já está presente no auditório principal da reitoria da UFC, em uma tentativa de homenagear seu legado. No entanto, a substituição do nome na Concha Acústica segue gerando debate, envolvendo aspectos de memória e representatividade dentro da universidade e na sociedade cearense.