O candidato do PDT ao Governo do Ceará, Roberto Cláudio, participou de um encontro com empresários associados à Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL-CE), quando teve a oportunidade de apresentar as suas propostas, bem como ouvir as principais demandas do setor do comércio varejista do Estado. Ele disse que seu plano tem meta numérica para ser cobrada, como a geração de 600 mil empregos em quatro anos, com apoio à infraestrutura de energia, água, estrada, ferrovia, porto, internet. Por isso é importante dotar o investimento público que induza o privado.

Roberto Cláudio apresentou suas propostas durante evento na FCDL-CE                Foto: Portal IN

E também desenvolver capital humano local, com formação profissional adequada ao mercado de trabalho que está chegando, mas que vive em constante transformação. “A fórmula de equação de incentivo tributário e fiscal tem de levar em consideração a possibilidade de interiorizar o desenvolvimento, para mudar essa rota de desigualdade regional que a economia cearense tem criado. E as trajetórias são uma nova política de interiorização industrial no Estado, com o advento da Ferrovia Transnordestina, estabelecendo porto seco no Sertão Central, alfandegar, para desconcentrar esse crescimento industrial no Ceará, diminuindo custos e aumentando a competitividade”, disse.

Também ressaltou a importância de se criar estímulos para o setor de comércio e serviços, que representam 78% da participação do PIB cearense, com participação da indústria e do agronegócio. “Mas é preciso entender onde e em que tipo de incentivo pode aumentar a base de produção, gerar mais emprego e mais renda, e também induzir novas vocações no Ceará como economia digital, energias, fertilizantes a partir da Mina de Itataia. Sou a favor de políticas de incentivos e reduções tributárias, que levem em consideração as repercussões sociais e econômicas coletivas que geram”, salientou.

Destacou que o Ceará tem uma vocação natural para o turismo, que já está até certo dando certo por si só, principalmente no que diz respeito aos esportes de ventos, como kitesurfe, windsurfe, entre outros. Entretanto, ainda é preciso resolver alguns gargalos de infraestrutura, como fornecimento de energia elétrica com qualidade em alguns pontos do litoral. “Mas o Ceará pode também redescobrir novas rotas e experiências fora da praia. De serra, de sertão, que envolvam tradições, gastronomia, cultura. Tudo depende como a gente explora, desenvolve esta rota e promova esta rota para o Ceará e outros estados”, explicou.

E ressaltou a questão das fontes de energia renováveis, que o Ceará tem em abundância praticamente o ano inteiro – eólica e solar – mas que ainda precisam ser melhor exploradas e desburocratizadas. “Isso precisa de um fast tracking, desburocratizar o caminho de grandes e médios investimentos que trazem fronteiras novas de progresso para o Ceará. Fiz isso em Fortaleza, com o Fortaleza On Line e quero fazer o mesmo com o Ceará, simplificar e tornar mais clara, menos burocrática a vida de quem quer empreender aqui. Além de ter ousadia e prioridade, pois Minas Gerais produz 3.000 megawatts (MW) de energia solar e o Ceará só 400 MW, tendo aqui muito mais sol. Mas Minas deu isenção tributária para pequenas geradoras de até 3 MW e encheu de pequenas usinas solares o Estado. Com uma política correta que estimula e trabalha a renda, protege o meio ambiente e, no caso do Ceará, quero transformar isso em crédito para zerar as contas de luz de quem é mais pobre”, ressaltou.

Pesquisas

Sobre as pesquisas de intenção de votos, ele ressaltou que está tecnicamente empatado com Elmano, mas os números reais só aparecerão na semana que antecede ao pleito. Na sua opinião, neste momento da campanha, as pessoas ainda estão conhecendo os candidatos, o que já fizeram, suas propostas de atuação caso sejam eleitos.

Roberto Cláudio, Honório Pinheiro, Érika Amorim, Freitas Cordeiro e Ferruccio Feitosa

“Eu nem atribuo erro às pesquisas, é a volatilidade do processo do voto mesmo, que é cada vez mais definido na última hora. Na minha cabeça nós chegaremos os três numa grande disputa por duas vagas e o que estou pedindo ao povo cearense é uma oportunidade de estar no segundo turno. E o que eu tenho a oferecer é a experiência. O Estado do Ceará não é para amadores. Nenhum dos outros dois governou nada na vida, não têm experiência gerencial, e tem muita coisa séria no Ceará sob risco”, completou Roberto Cláudio.

Demandas

Já o presidente da FCDL-CE destacou que vai apresentar uma agenda que será entregue aos três candidatos mais bem pontuados nas pesquisas – Roberto Cláudio, Capitão Wagner e Elmano Freitas – elencando dez pedidos que muito interessam para o melhor funcionamento do dia a dia das empresas que atuam no comércio varejista cearense.

“Um deles, que é o que mais aflige a todos nós, que é a segurança. Tem de haver um olhar diferenciado e uma busca em solucionar isso. Não vamos poder desenvolver nossas atividades com a falta de segurança. Não quer dizer que o governo que passou ou que está aí não tentou. Gastaram muito dinheiro, a rubrica maior do Governo do Estado foi empregada em segurança pública. Infelizmente não se resolve só com dinheiro. Tem muita coisa a ser enfrentada, mas o comércio precisa disso. E na parte tributária, que pesa muito para a gente, que o Governo olhe com carinho para ela, e se não pode resolver tudo, que desburocratize o processo, pois isso atrapalha muito, principalmente para as pequenas e médias empresas”, disse Freitas Cordeiro.