Com o objetivo de reduzir as desigualdades socioeconômicas, ambientais e espaciais em Fortaleza, o prefeito José Sarto lançou nesta terça-feira (5), o Desigual Lab, primeiro laboratório municipal do gênero no Hemisfério Sul. O lançamento ocorreu no Paço Municipal com a palestra do vencedor do Prêmio Nobel de Ciências Econômicas, Michael Kremer, parceiro e idealizador do programa. A iniciativa foi articulada entre o Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor) e o Development Innovation Lab (DIL) da Universidade de Chicago (UChicago), dirigido por Kremer.

“Fortaleza tem sido notabilizada no Brasil e no mundo todo por ser a cidade do design, que baseia a sua política pública em dados científicos, em estatísticas, e o Desigual Lab vai ser um instrumento de planejamento da cidade. O Iplanfor, o Desigual Lab e a Citinova, junto com toda a nossa área de inovação, vão se reunir, pensar e analisar as políticas públicas que podem ser aprimoradas dentro do município. Então, esse laboratório hoje, como disse o Benjamin (diretor-executivo do Development Innovation Lab), deu um passo gigantesco para que todas as nossas políticas, seja na educação, na saúde, na mobilidade, na habitação, no empreendedorismo, visem reduzir desigualdades sociais, que é um passivo histórico da cidade de Fortaleza”, afirma Sarto.

José Sarto e Élcio Batista com o documento que oficializou a criação do Desigual Lab de Fortaleza

“O que estamos fazendo, e vamos fortalecer ainda mais nos próximos anos, é avaliar o impacto das políticas públicas. Para cada uma das desigualdades que a gente identificar na cidade, vamos desenvolver políticas com as secretarias e avaliar o impacto dessa iniciativa no município. Nesse processo de avaliação, o prefeito vai poder tomar uma decisão mais precisa acerca do que deve ser feito na cidade e qual é o impacto que vamos ter na Capital”, explicou o vice-prefeito e superintendente do Iplanfor, Élcio Batista.

Desigualdades em dados

Durante o lançamento, foi apresentado o site do Desigual Lab que projeta, por meio de gráficos, dados sobre as desigualdades do município e é a partir dessas informações que o laboratório irá se debruçar para pensar em novas políticas, além de compreender fatores que produzem e reproduzem as desigualdades presentes na capital cearense, como detalhou Élcio. “Os dados são a base. Então, o Desigual Lab está aprofundando esse trabalho com dados para identificar desigualdades, construir políticas públicas com as secretarias, avaliar o impacto e acelerar essas políticas”.

A diretora do Desigual Lab e do Observatório de Fortaleza do Iplanfor, Elisângela Teixeira, entende o imediatismo de programas como Desigual Lab que contribuem para a redução das desigualdades e avaliam recursos. “As políticas públicas de Fortaleza passarão a ser testadas e realizados os custos-benefícios dessas políticas. Então, a Universidade de Chicago e o Development Innovation Lab estão nos auxiliando a construir esse laboratório de governo, para que todos os países do Sul Global possam otimizar seus recursos para fazer mais com menos“, informa. “Compreender as causas da pobreza e poder atuar especificamente entendendo uma causa e efeito do ponto de vista científico, podemos dimensionar o potencial que uma política pode ter na cidade”, acrescenta.

“Estamos muito contentes pela possibilidade e o privilégio de poder colaborar com a Prefeitura de Fortaleza em um projeto tão inovador quanto esse, especialmente no momento em que estamos, quando é necessário contar com informação, que é crucial para melhorar as políticas públicas. É um grande desafio, mas será necessário para saber quais políticas funcionam bem e quais não funcionam tão bem para que possam ser melhoradas ou abandonadas”, afirma Ryan Cooper, diretor-executivo do Development Innovation Lab.

Concurso Iplanfor

Na ocasião, o prefeito José Sarto ainda destacou o certame do Iplanfor lançado este ano. “Vamos fazer o primeiro concurso do Iplanfor da história de Fortaleza, no qual vamos agregar 60 novos servidores e servidoras que vão emprestar seu conhecimento”, diz. Ao todo, são 60 vagas para o cargo de analista de Planejamento e Inovação Urbana, e contempla áreas como Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Ciências da Computação, de Dados e Sociais, Direito, Contabilidade, Serviço Social, Economia e Estatística, Administração, Psicologia, Gestão de Políticas Públicas, entre outras. As inscrições para o concurso seguem até 11 de março.