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Trump suspende parceria EUA-Brasil para combate a incêndios florestais

Por Marlyana Lima - Em 11/02/2025 às 3:18 PM

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O Brasil perderá verbas para treinamento de brigadas de combate a incêndios (Foto Agência Brasil) 

Um decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resultou na suspensão de uma parceria entre os governos americano e brasileiro para o combate a incêndios florestais. O corte de financiamento afeta diretamente o Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil, que treinava brigadistas para conter queimadas, principalmente na Amazônia.

A medida suspendeu por 90 dias todos os projetos de ajuda externa financiados pelos EUA, sob a justificativa de que os recursos destinados a outros países poderiam “desestabilizar a paz mundial” ao promover ideias contrárias a relações internacionais “estáveis e harmoniosas”. O decreto impactou diversas iniciativas ao redor do mundo, incluindo programas da ONU para o combate à fome e projetos contra a Aids em países africanos.

No Brasil, o programa, que era executado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) desde 2021, contava com a parceria do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos ambientais. A capacitação técnica oferecida formou mais de 3 mil brigadistas, sendo muitas mulheres indígenas treinadas para atuar em seus territórios.

O Ibama confirmou ter recebido um e-mail informando a suspensão das atividades de assistência internacional em razão do decreto. Além disso, a página oficial da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID), responsável pelo financiamento do programa, ficou temporariamente fora do ar após a ordem de Trump.

No dia 5 de janeiro, a plataforma voltou ao ar apenas com um aviso de despedida e a informação de que os funcionários não essenciais seriam colocados em licença por tempo indeterminado.

Apesar do corte no financiamento para o combate aos incêndios no Brasil, a USAID seguiu com outras iniciativas ambientais no país, como a conservação da biodiversidade e a redução do desmatamento em terras indígenas da Amazônia. Em 2024, a agência destinou US$ 1 milhão para apoiar famílias afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul, demonstrando que a suspensão não afetou todas as operações da organização no Brasil.

A decisão de Trump gerou reações no meio ambiental, levantando preocupações sobre os impactos do corte de recursos para a preservação da floresta amazônica. Enquanto isso, o Brasil busca alternativas para manter as atividades de combate a incêndios e continuar a capacitação de brigadistas para atuar na proteção ambiental.

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