COMPETÊNCIA FEMININA
Gabriela Carvalho vence desafios e lidera a Diretoria Comercial do Grupo Newland
Por Marcelo - Em 08/03/2023 às 12:10 AM
A diretora Comercial do Grupo Newland, Gabriela Teixeira de Carvalho, está prestes a completar 12 anos de atuação no ramo automobilístico que, normalmente tem no comando representantes do sexo masculino. Mas apesar de ainda ser muito jovem, pois está com apenas 33 anos, nunca deixou que os desafios da vida empresarial a intimidassem. E ainda tem de conciliar as atividades como dona de casa, esposa, mãe de um menino de nove meses e gestante de quatro meses de uma menina. São tantas atribuições que ela tem todo o mérito para ser homenageada pelo Portal IN neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
Formada em Jornalismo pela Unifor – depois de passar um ano estudando na Suíça -, ela sempre teve uma veia forte voltada à área de Marketing e logo após sua formatura, pretendia ir para São Paulo fazer pós-graduação. Mas seu pai, Luiz Teixeira não permitiu que deixasse o Ceará, pois ela ainda estava apenas com 20 anos. “Sempre fui muito independente, soube o que eu queria e um pouco mais desgarrada, por ser a caçula. Sempre gostei de ambientes dinâmicos, competitivos, workaholic, queria trabalhar em multinacional. Não queria ingressar nas empresas do meu pai. Sempre quis trabalhar fora para, oportunamente, com mais experiência, vir para o grupo. Ainda na faculdade trabalhei no Grupo Cidade e, já formada, na área de Marketing trabalhei no Sistema Verdes Mares”, lembra.
Nesta época, seu pai disse que estava precisando dela no Grupo Newland, para incorporá-la ao Departamento de Marketing. “Sou extremamente religiosa e em tudo na minha vida sempre peço a orientação de Deus e a vontade Dele para mim. Me coloquei em oração e Ele me disse que deveria entrar no grupo do meu pai e entrei como analista de Marketing, pois meu pai sempre fez questão que a gente vivenciasse cada etapa, como deve ser com qualquer colaborador. Em um ano passei a coordenadora da área com a qual me identificava mas, na sequência, surgiu uma oportunidade de assumir a operação Mercedes-Benz em Teresina. Meu pai e o Ronaldo Muñoz pensaram que eu seria um nome bom para assumir, pois era uma operação pequena, com poucos colaboradores, ideal para a minha experiência”, diz.
Linha de frente
Movida a desafios, Gabriela Carvalho aceitou a proposta e seguiu para Teresina, onde foi morar só e que foi um divisor na sua vida pessoal e profissional, pois nunca esteve na linha de frente. “Isso não me dava medo. Depois que Deus me disse que era vontade Dele, fui para Teresina em 2012, com 23 anos, e foi uma experiência maravilhosa. Era a primeira marca premium no Estado do Piauí e consegui fazer um trabalho muito bom, o maior market share da montadora, proporcional ao tamanho da praça, tanto que com um ano assumi a gerência Comercial da Toyota Newland da Avenida Abolição. Saí de uma operação enxuta, com 12 colaboradores no máximo e que vendia cerca de seis a oito a dez veículos por mês e assumi uma muito maior, na qual chegamos a vender 200 carros em apenas um mês. Foi maravilhoso e graças a Deus consegui fazer acontecer”, afirma.
Curiosa por natureza, Gabriela “cascavilhava”, como revela, o sistema da empresa para ver tudo o que poderia tirar de informação dele, pois apesar de ser muito agressiva comercialmente, sempre foi muito analítica, organizada em processos, para entregar as vendas com qualidade, o que foi um ponto positivo em sua carreira. E esse trabalho fez com que Luiz Teixeira a chamasse para suportar a Gerência Geral Corporativa da Toyota, sobre todas as concessionárias da marca japonesa do grupo cearense. E após a saída de gestor, assumiu sozinha o posto e, algum tempo depois foi para a Diretoria Comercial do Grupo Newland, envolvendo as marcas Toyota, Jeep, Ram, Jaguar/Land Rover e Porsche. Além de, sob demanda, atender aos clientes da marca Lexus e fornecer assistência técnica.
Dentre tantos desafios, um deles foi desmistificar a questão de que era filha do dono e ter de mostrar que estava na função por ter competência e dando exemplo. “A gente não tinha regalias, mas as mesmas condições de trabalho que qualquer colaborador, seja salarial, de folgas ou férias, com as mesmas regras. Mas sempre era vista de uma maneira diferente, mas tirei de letra. Outra questão é de estar num segmento masculino e ser mulher. Existe um pouco de preconceito, mas para mim isso sempre foi tranquilo, pois quando você mostra trabalho, todos os argumentos caem por terra. Sempre estive envolvida nas associações de distribuidoras das montadoras e era a única mulher, mas sempre muito participativa e firme nas minhas posições. E em algumas entrevistas com outras mulheres, que acabavam levantando esse tema do preconceito, achava que elas acabam se vitimizando. Mas é tudo como você se porta, a atitude de cada mulher. Somos mais focadas, às vezes até mais que os homens”, salienta.
Outro desafio ressaltado pela diretora do Grupo Newland é como equilibrar todos os pratos, todas as funções. “Além de ser mulher profissional você é mulher dentro de casa como esposa, como dona de casa, como mãe, que talvez hoje seja o desafio mais difícil, desempenhar todos esses papéis. Tem a área social, a área religiosa. A mulher tem muitos papéis dentro da sociedade e a gente se cobra muito, quer ser perfeita em todos eles. E como cobro a minha excelência em todos esses papéis, preciso ter muita sabedoria para não desbalancear todos eles”, destaca Gabriela Carvalho.
Superesportivos e híbridos
Sobre a marca de superesportivos alemã Porsche, diz que casou num momento perfeito com o Grupo Newland, apesar de ter ocorrido durante a pandemia, onde não se sabia se o cliente ia querer adquirir um produto de tíquete médio mais elevado. Mas ao mesmo tempo despertou o desejo de querer consumir, pois não sabia o dia de amanhã. “Casou também no momento em que a Porsche estava chegando no Brasil com produtos e preços muito competitivos, pois pelo que o carro entrega, comparado com a concorrência, tem um preço competitivo, fora o desejo de marca, que isso aí é indiscutível falar mundialmente. A gente se surpreendeu no primeiro ano, tanto é que o business plan a gente não imaginava vender o que vendemos quando inauguramos, mais de 100% acima da previsão. Tanto que até hoje temos fila de espera. Temos a intenção de crescer na rede Porsche, ir para outros estados, mas é step by step”, revela.
Ressalta que a nova marca Great Wall Motors (GWM), que segue para a linha de veículos híbridos e eletrificados, é uma nova aposta. “Ela se intitula como uma autotech, uma das primeiras a vir para o Brasil, que vai começar com carro híbridos e híbridos plug in, pois atualmente o nosso mercado não tem estrutura suficiente para ter carros 100% elétricos. Não há pontos de abastecimento, que permita viajar com total segurança. O 100% elétrico é um caminho, mas o carro híbrido plug in é a tecnologia mais adequada, hoje, para a nossa infraestrutura. A Great Wall vem com a gama de SUVs, que é o segmento que mais cresce no mercado automotivo, no híbrido tradicional e plug in. É uma marca chinesa forte, presente em mais de 60 países, de iniciativa privada, o que é bom pois desassocia do conglomerado estatal, que a gente tem apostado, com preços competitivos, com SUVs extremamente equipados, que entregam performance e qualidade, com cinco anos de garantia sem quilometragem e oito anos de garantia na bateria”, explica.
Ela diz que o Grupo Newland continuará aliando suas lojas físicas com o e-commerce, deve ser omnichannel, tem de ter os dois pontos de venda – físico e virtual -, pois hoje o cliente é quem decido onde quer adquirir seu veículo. “Cada vez mais as montadoras tem se atentado a fazer um conceito de loja física diferente do que fazia no passado, com mesas, bem tradicional para a negociação. Querem trazer uma experiência de sala de estar, de casa, onde o cliente se sinta à vontade. Então todas as nossas marcas estão dentro de um padrão mundial. A nossa Porsche, por exemplo, foi a terceira do mundo com esse novo padrão global. A nossa Mercedes-Benz também, assim como a Jeep, que ainda terá uma mudança, e as lojas da Toyota vão entrar no novo padrão que a montadora está exigindo. Todas elas muito atentas a esse ponto de venda mais de experiência do que a tratativa só comercial. O nosso cliente ainda tem um pouco de receio de fazer uma compra 100% pelo e-commerce, mas a pandemia acelerou a parte da digitalização, e isso tudo é um caminho sem volta. Mas o nordestino gosta muito desse contato físico”, ressalta.
E lembra que a concessionária Mercedes-Benz Newsedan disponibiliza a seus clientes a série completa de veículos de alta performance da montadora, a AMG. Tanto no que se refere a sedãs, como SUVs, com disponibilidade quase imediata. “Alguns carros mais específicos, como o G63 por exemplo, que é bem desejado e vêm poucos para o Brasil, esse sim a gente precisa entrar no sob encomenda e o cliente esperar. Para este ano temos quatro ou cinco G63 vendidos, dois ou três em Fortaleza e dois em Teresina, que são carros aí de quase R$ 2 milhões. Mas temos procura e já foram vendidos com prazo de seis a oito meses, ou um ano para entregar. Amo o que eu faço e aqui existe muita profissionalização, fazendo com que a gente enxergue o negócio de outra maneira e ele perpetue. A credibilidade construída pelo Grupo Newland nesses 30 anos, vem muito também desse trabalho, a gente entende que nunca está no topo, que é possível sempre melhorar e estamos sempre buscando a excelência. O que nos impulsiona a fazer acontecer, aliado à paixão, pois eu amo o que faço”, completa Gabriela Carvalho.