Pela primeira vez, o Exame Nacional do Ensino Médio terá uma versão digital, que será aplicada de forma piloto para 96 mil candidatos em 99 municípios. Assim como no Enem impresso, os participantes terão que ir até o local de prova e, embora o exame seja feito pelo computador, os candidatos deverão levar caneta esferográfica da cor preta porque a redação será feita no papel.

Para esclarecer como será essa prova, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, Alexandre Lopes explicou: “Houve, no passado, tentativas [de fazer o Enem digital], mas foram descontinuadas. A decisão de fazer neste ano foi tomada em 2019. Estamos conseguindo agora tirar o teste do papel, literalmente. Estamos muito animados com o Enem digital”.

Alexandre Lopes explicou detalhes sobre o Enem digital                             Foto: Divulgação

O exame será um pontapé inicial para mudanças no Enem. A intenção do Inep é que o exame se torne totalmente digital até 2026. O Enem digital será aplicado nos dias 31 de janeiro e 7 de fevereiro, após o Enem impresso, que será nos dias 17 e 24 deste mês. As provas serão realizadas em laboratórios de informática de escolas e universidades que já foram previamente testados pelo Inep. Ao todo, serão cerca de 4 mil laboratórios, com cerca de 20 computadores cada. As máquinas terão acesso apenas à prova.

Apesar de ser feita em tela, os participantes deverão levar, como no Enem impresso, caneta esferográfica de tubo transparente da cor preta. A prova de redação será escrita à mão. Os estudantes também receberão folhas de rascunho para fazer os cálculos das provas de matemática e ciências da natureza. Eles não terão, no entanto, folhas de resposta. Os itens devem ser marcados pelo computador.

Os horários do Enem digital serão os mesmos do Enem impresso. Os portões abrem ao meio dia e fecham às 13 horas. A prova começa a ser aplicada às 13h30. No primeiro dia, os participantes, assim como no exame em papel, fazem as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e ciências humanas e suas tecnologias. Nesse dia, a prova vai até as 19 horas. No segundo dia, os candidatos têm até as 18h30 para resolver questões de ciências da natureza e suas tecnologias, além de matemática e suas tecnologias.

Além dos aplicadores, nas salas de prova, os candidatos contarão com a assistência de um técnico em informática. “Se tiver algum problema no computador, o técnico pode tentar resolver imediatamente naquele computador. Se não puder, ele vai logar numa outra máquina, teremos máquinas reserva. Se não conseguir mesmo assim, se tiver problema ou se demorar demais para resolver, aí esse aluno vai poder participar da reaplicação da prova em papel”, explicou Alexandre Lopes.

Assim como os estudantes que farão o Enem impresso apenas poderão sair com a prova meia hora antes do fim da aplicação, também os que fizerem o Enem digital, só poderão sair com a folha de rascunho 30 minutos antes do final. Eles podem anotar as respostas ali, para posteriormente conferir o gabarito oficial, que deverá ser divulgado para essa versão do exame até o dia 10 de fevereiro. Vale lembrar que as questões da prova serão diferentes das do Enem impresso.

Pandemia

As medidas de segurança adotadas em relação à pandemia do novo coronavírus serão as mesmas tanto no Enem impresso quanto no Enem digital. Haverá, por exemplo, um número reduzido de estudantes por sala, para garantir o distanciamento entre os participantes, que terão de usar máscaras de proteção da forma correta, tapando o nariz e a boca, sob pena de serem eliminados do exame.

Quem for diagnosticado com Covid-19, ou apresentar sintomas desta ou de outras doenças infectocontagiosas até a data do exame, não deverá comparecer ao local de prova e entrar em contato com o Inep pela a Página do Participante (https://enem.inep.gov.br/participante/#!/) ou pelo telefone 0800-616161, e terá direito a fazer a prova na data de reaplicação do Enem, nos dias 23 e 24 de fevereiro. (Com Agência Brasil)