Eterna Saudade
Vítima do Covid-19, Capitão Fujita morre deixando um legado para a Construção Civil no Ceará
Por Pompeu - Em 02/04/2020 às 11:11 PM
Articulado, discreto e amigo leal, João Batista Fujita faleceu nesta quinta-feira, 2, aos 84 anos, vítima do novo coronavírus. Referência na Construção Civil no Ceará, Capitão Fujita deixa um legado de conquistas e pioneirismo para as futuras gerações.
Casado com Rejane, pai de Carlos, Liana, Lisandro e Dudu, o empresário cearense ingressou na Escola Preparatória de Fortaleza aos 17 anos e seguiu carreira na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), chegando a patente de Capitão. Fujita deixou o exército em 1968, mas guardou a patente como parte integrante de seu nome até hoje.
Trajetória
Em 1969, o ex-militar e Crisanto Almeida se associaram na Construtora Estrela. A empresa se destacou no cenário local e nacional, tendo sido cotada duas vezes no ranking da revista Exame como uma das melhores no segmento em todo o País. Esteve à frente de obras em 15 estados brasileiros, com destaque para o segmento habitacional, tendo construído 50 mil unidades. Ao todo, 65 mil pessoas passaram pelas obras da empresa.
Capitão Fujita ainda contribuiu para a união e fortalecimento da Construção Civil no Ceará e no Brasil, tendo sido fundador e primeiro presidente da Associação das Empresas Construtoras do Ceará (Assecon), além de ser um dos fundadores da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE), Patriolino Dias, lembra a participação do Capitão Fujita para o fortalecimento da Construção Civil. “Sempre foi uma referência para nós. Ele foi um desbravador, um empreendedor, um visionário da Construção. Foi um dos fundadores da Cbic, nossa entidade maior, e sempre teve iniciativas em prol do nosso setor”.
Por sua postura, recebeu diversas condecorações, tais como Homem de Marketing (1991), pela Associação de Marketing do Brasil; Comenda outorgada pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão; as Medalhas do Pacificador e da Ordem do Mérito Militar, no Grau de Cavaleiro e Oficial, conferidas pelo Exército Brasileiro; e a Medalha do Mérito Industrial (2011) pela Fiec.
Fujita Engenharia
Em 1993, a Construtora Estrela se transformou na Fujita Engenharia, empresa com empreendimentos de sucesso espalhados por São Paulo, Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Maranhão, Pará e Ceará, totalizando mais de 500 mil metros quadrados construídos (m²) entre edificações nas áreas educacionais, instituicionais, hospitalares e habitacionais.
A empresa assinou grandes obras, como a modernização do Hospital Geral de Fortaleza (HGF) e do Estádio Presidente Vargas e a construção do Hospital Regional do Cariri. Em 2008, Capitão Fujita passou o comando da construtora para os filhos.
Nipo-Brasileiro
A origem nipônica sempre esteve presente na vida de Fujita. Filho de imigrante japonês, o Capitão foi presidente do Instituto Cultural Nipo-Brasileiro, tendo partido dele, em 2007, a ideia da construção do Jardim Japonês, na Av. Beira-Mar, em comemoração aos 100 anos da imigração japonesa no Brasil.