Pibinho, Ibovespa e dólar

A semana

Por Admin - Em 03/12/2021 às 10:54 AM

É… aconteceu!

 

PIB sofre redução e abre recessão técnica/Divulgação

Dois anos de pandemia, total ausência de um plano econômico, sucessivas crises políticas, instabilidade doméstica e externa. O resultado? Queda no Produto Interno Bruto (PIB), durante dois trimestres seguidos. O quê, em economês claro, significa recessão técnica. A divulgação dos números, nesta quinta-feira (2), foi a prova cabal do que já sentimos no cotidiano. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informa que a redução foi de 0,1% em relação ao segundo trimestre. O PIB não diz tudo sobre a economia. Mas diz o bastante para alertar sobre um cenário ainda pior por vir. As estimativas para 2022 são de crescimento mínimo da riqueza produzida pelo país. Este encolhimento tem consequências. Entre elas, uma letargia do próprio movimento econômico que se retroalimenta daquilo que lhe é ofertado. Ou seja, quanto menos produção, menos ritmo, menos dinheiro, menos demanda… Menos produção.

 

Perigo à vista!

No seu anúncio, o  IBGE também revisou o resultado do segundo trimestre, que passou de -0,1% para -0,4%. A última recessão no país havia sido em 2020, quando o PIB caiu 2,3% no primeiro trimestre e 8,9% no segundo, fortemente impactado pela pandemia.  Na comparação com 0 terceiro trimestre do ano passado, pior momento de uma conjuntura de isolamento social e efeitos da Covid-19, o PIB apresentou expansão de 4%, contra expectativa de alta de 4,2%. Esse é o patamar do fim de 2019 e início de 2020, ficando 3,4 pontos percentuais abaixo do melhor momento da atividade econômica na série histórica, registrado no primeiro trimestre de 2014.

 

Nem tudo são espinhos.

 

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Bens de capital têm expansão/Divulgação

Na vida, a gente aprende cedo que tudo tem três lados. Especificamente no PIB: crescimento, estabilidade e redução. Nos números apresentados pelo IBGE, há alguns indicadores positivos. O primeiro é a taxa de investimento na economia brasileira, que atingiu 19,4% no terceiro trimestre deste ano,. No mesmo período do ano passado, eram 16,4%. Segundo: a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) cresceu 18,8% no terceiro trimestre sobre 2020. O ritmo foi puxado por aumento na produção e importação de máquinas para produção, também conhecidas como bens de capital. O desempenho do setor de construção (civil e pesada) é mais um fator para a expansão da taxa. A FBCF reúne os investimentos na economia traduzidos no aumento de produção como, por exemplo,  ampliação de fábricas, novas rodovias, portos e aeroportos. Terceiro e completando a série otimista, a poupança foi de 18,6% no terceiro trimestre de 2021, maior que os 16,2% do mesmo período de 2020.

 

Pibinho, Ibovespa e dólar

Mesmo com pibinho, o Ibovespa subiu 3,66% e bateu os 104.466,24 pontos, no fechamento da quinta-feira. A coluna traz esse dado como forma de explicar como vêm funcionando as coisas no  Brasil, especialmente de 2018 para cá. O mercado fechou de bem com a vida? Sim! O motivo do bom humor? A aprovação da PEC dos Precatórios. Os corretores cravam: foi a melhor sessão desde maio de 2020. PEC dos Precatórios, com calote de uns e parcelamento a perder de vista para outros… Farra fiscal? Auxílio Brasil? Como assim? O mercado financeiro já precificou o atual governo e sua equipe econômica (ou o quê restou dela) há tempos. Então, a perspectiva  é a redução de danos. PEC aprovada, presume-se que não haverá nenhuma solução mirabolante – e pior – do que reduzir as condições de pagamento dos precatórios. O dinheiro para o Auxílio Brasil está garantido. Pelo menos até dezembro de 2022, logo após as eleições.

 

Pensamento Econômico!

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Eduardo Giannetti da Fonseca/Divulgação

“Não é exagero dizer que a economia brasileira está na UTI. O primeiro desafio será estancar a hemorragia, a total descrença dos agentes”.

A coluna traz no encerramento da semana, uma frase do economista Eduardo Giannetti da Fonseca. Neoliberal convicto e observador da economia brasileira nas últimas três décadas. A frase de Giannetti é absolutamente atemporal e cabe ao Brasil em muitos de seus momentos. Nas décadas perdidas de 1980 e 1990, do século 20. Na maxidesvalorização do real frente ao dólar de 1999, pré-virada de milênio. Nos anos de 2015 e 2016. E hoje.

 

 

 

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