Copom no Radar

Novos tempos de Selic e vacinação

Por Admin - Em 06/12/2021 às 12:03 PM

Com mais juros, poupança muda

Roberto Campos Neto/Divulgação

Novos tempos de Selic em dois dígitos e projeção de novas altas. O Banco Central já planeja algumas mudanças no cálculos da Caderneta de Poupança. Baby boomer, a poupança ainda é a aplicação mais tradicional e popular do país. A autoridade monetária admite que estuda, mas diz que não é para agora. Mudanças de regras são sempre complicadas e demandam transição no mercado financeiro. Haverá consulta pública e várias etapas. Lembrando ainda que estamos falando da mais importante fonte de financiamentos imobiliários. O presidente do BC, Roberto Campos Neto, revelou que estudos estão em andamento e acabou colocando o tema da remuneração da poupança em debate na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para a próxima quarta-feira. O modelo existe desde 2012 e foi adotado na época para permitir a redução dos juros naquele momento. Agora, o movimento é contrário. Para conter a inflação, os juros sobem.

 

Regra atual em transição

A regra que vale hoje estabelece que quando os juros sobem mais que  8,5%, automaticamente a poupança passa a render 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial, hoje, zerada. Com a Selic abaixo desse patamar, o rendimento da poupança é de 70% da taxa Selic mais a TR. O BC quer que a poupança tenha uma correção mais próxima daquela que é usada para fazer o financiamento de projetos imobiliários. Atualmente, há um descasamento de prazos e de indexadores. Poupança tem uma liquidez de curto prazo. O que significa que o poupador pode a qualquer momento fazer o saque do dinheiro. Vale lembrar também que o crédito imobiliário é de longo prazo. Estimado sempre entre 20 anos e 30 anos.

Semana tranquila? Talvez

No Brasil dos últimos anos o grande risco é dizer que a semana será tranquila. O roteirista tipo Shonda Rhimes não para de ofertar plot twist para tirar a gente da “monotonia”. Contudo, se nada der errado (ou certo), a  expectativa é que esta segunda-feira seja de calmaria no mercado financeiro, tanto no Brasil quanto no exterior. Por que? Por falta de assunto.  Além do Boletim Focus, que há anos sai toda segunda para nos posicionar sobre os principais índices da economia, não há agenda de nenhum outro dados relevante para os fundamentos econômicos. Outro fator é a ressaca moral da divulgação de mais uma queda do Produto Interno Bruto, o PIB, pelo segundo trimestre consecutivo. E isso configura recessão técnica. Quarta-feira tem reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Aí, sim, pode haver algum movimento a depender da confirmação do viés de alta. A projeção é expansão  do juro básico em 1,5 ponto percentual. O quê levará a Selic a 9,25% ao ano.

Fortaleza 100% vacinada

Prefeito José Sarto/Ascom Prefeitura

O prefeito de Fortaleza, José Sarto Nogueira, anunciou nas suas redes sociais que 100% da população adulta da Capital está totalmente imunizada. A notícia é um alento também para os atores econômico e pode servir de base para novas flexibilizações. A pandemia tem sido uma prova de fogo para muitos setores produtivos. Certamente, interferiu na definição da recessão técnica pela qual o país passa hoje. E nas expectativas pessimistas para o ano novo. A informação do prefeito é, sem dúvida, bálsamo para os ouvidos de quem quer ver a economia do Ceará voando, de novo.

 

Tudo é Economia

Cartaz icônico do líder do Clash, Joe Strummer

You have the right to food money
Providing of course you
Don’t mind a little
Investigation humiliation
And if you cross your fingers
Rehabilitation

 

Trecho de Know your Rights, da banda punk The Clash, formada pelos filhos da classe trabalhadora inglesa. A economia é uma espécie de muro que divide duas escolas da música popular britânica: o Britpop. De um lado, eleitores convictos do Partido Trabalhista, mais concentrados na periferia londrina e em cidades industriais e portuárias como Manchester e Liverpool. De outro, os ricos estudantes da Escola de Artes da capital inglesa, nem sempre eleitores dos Conservadores, faça-se justiça. Como música não seria economia?!

 

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