PESQUISA DA CNC

30% dos endividados utilizam o cartão para comprar alimentos

Por Redação - Em 07/10/2024 às 4:54 PM

Cartão De Crédito Foto Freepik

Para serviços como energia elétrica e água, 67% dos endividados não fazem uso do cartão FOTO: Freepik

Em setembro de 2024, o cartão de crédito continuou sendo a principal opção de pagamento para as famílias brasileiras com dívidas, segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A pesquisa revela que 30% dos consumidores endividados utilizam o cartão para comprar alimentos, roupas e calçados, mesmo em um contexto de juros elevados.

A pesquisa também destacou o comportamento dos consumidores em relação a diferentes categorias de despesas. No setor de educação, 70% dos entrevistados afirmaram que não utilizam o cartão de crédito, enquanto apenas 9% o usam com frequência. Para serviços como energia elétrica e água, 67% dos endividados não fazem uso do cartão, e 11% utilizam com regularidade. Em saúde e higiene pessoal, 52% dos consumidores informaram que nunca pagam planos de saúde ou medicamentos com o cartão, embora 17% indiquem uso frequente.

Em relação à compra de móveis e eletrodomésticos, 39% dos entrevistados nunca usam o cartão, enquanto 26% relataram utilizar essa forma de pagamento. No segmento de vestuário, 30% utilizam o cartão frequentemente, e 34% disseram não usá-lo. Para compras de supermercado e refeições fora de casa, 30% dos entrevistados usam o cartão regularmente, enquanto 36% nunca o utilizam para essas finalidades.

O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, comentou sobre a crescente dependência do cartão de crédito para despesas cotidianas, alertando para o risco de inadimplência, especialmente em um contexto de juros altos. Ele destacou a importância de encontrar um equilíbrio no acesso ao crédito para evitar impactos negativos na economia.

Queda no endividamento

O endividamento das famílias brasileiras apresentou uma queda contínua em setembro, com 77,2% das famílias reportando dívidas. Este percentual é inferior ao de agosto (78%) e de setembro de 2023 (77,4%). A diminuição no endividamento, no entanto, não impediu o aumento da inadimplência, que subiu para 29%. Além disso, 12,4% das famílias afirmaram não ter condições de quitar dívidas atrasadas, o maior índice desde novembro de 2023.

O economista-chefe da CNC, Felipe Tavares, ressaltou que a combinação da queda no endividamento e o aumento da inadimplência reflete as dificuldades das famílias em administrar suas finanças, especialmente em função dos altos juros.

Projeções 

As previsões da CNC indicam que o endividamento das famílias pode aumentar no último trimestre de 2024, em função das compras de fim de ano e das altas taxas de juros. O percentual de famílias endividadas pode chegar a 78,6% até dezembro, e o número de famílias com dívidas em atraso pode alcançar 29,4%. Esse cenário aponta para desafios financeiros adicionais nos próximos meses para as famílias brasileiras.

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