Este episódio não é o primeiro de discrepância na exibição da cotação do dólar pelo Google FOTO: Agência Brasil

A Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou nesta quarta-feira (25) que irá consultar o Banco Central (BC) sobre a “possível informação incorreta de cotação do dólar” exibida no Google. A dúvida surgiu após o buscador mostrar uma cotação de cerca de R$ 6,40, em um momento em que o mercado brasileiro estava fechado devido ao recesso de Natal.

A AGU enfatizou a urgência de uma resposta e indicou que, caso confirmada a irregularidade, a Procuradoria-Geral da União poderá tomar as providências cabíveis. No fim da tarde de quarta-feira, o valor da cotação já não estava mais disponível na página do Google. A consulta ao Banco Central visa garantir que os dados utilizados como base sejam os corretos.

Este episódio não é o primeiro de discrepância na exibição da cotação do dólar pelo Google. Em novembro, o buscador exibiu a moeda a R$ 6,18, enquanto outros canais apontavam o valor de R$ 5,86, o que gerou questionamentos sobre a confiabilidade das informações. O Google, em nota, justificou que os dados em tempo real são fornecidos por “provedores globais terceirizados de dados financeiros” e afirmou estar trabalhando com seus parceiros para investigar e corrigir qualquer possível erro.

A cotação do dólar tem sido um tema recorrente de preocupação no mercado financeiro, especialmente nas últimas semanas. A moeda americana tem enfrentado pressões, principalmente desde o final de novembro, quando o mercado reagiu negativamente à proposta de pacote de corte de gastos do governo federal, junto com a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. A incerteza em relação ao impacto fiscal das medidas e o clima de insegurança em relação às contas públicas aumentaram a volatilidade da moeda, que chegou a atingir máximas históricas de R$ 6,26 no dia 16 de dezembro.

Em resposta à alta do dólar, o Banco Central tem realizado uma série de leilões de venda de dólares, com a previsão de mais um leilão de até US$ 3 bilhões nesta quinta-feira (26). O mercado continua atento às negociações no Congresso e às possíveis mudanças nas propostas de cortes fiscais, que seguem influenciando o câmbio e o comportamento dos investidores.