VINCULAÇÃO A ALUGUÉIS
Americanas e Dasa preparam emissões de CRIs que poderão chegar a R$ 2 bilhões
Por Marcelo - Em 26/08/2022 às 10:10 AM
A Americanas e a Dasa anunciaram que estão preparando ofertas de CRIs que devem chegar a R$ 1 bilhão cada, visando pagar ou reembolsar valores de aluguéis, uma operação que foi aprovada há pouco tempo pela Câmara de Valores Mobiliários e, por isso, ainda não teve um amplo período de testagem.
Afinal, os certificados de recebíveis imobiliários, via de regra, são utilizados para realizar a compra e venda de imóveis, ou mesmo contratos do tipo built to suit. Outra possibilidade é destinar os valores arrecadados para uma operação imobiliária, normalmente usada por incorporadoras para financiar ou reembolsar gastos com suas obras.
De acordo com o Brazil Journal, como os recursos não são carimbados, o emissor pode utilizá-los da forma como bem entender, e o investidor que compra os CRIs corre o risco de crédito da empresa. Ou seja, uma operação de dívida comum sob o chassi de um instrumento com benefício fiscal.
Essa modalidade de emissão de CRI para pagar aluguéis possibilita às emissoras realizar a captação de recursos em condições e prazos mais vantajosos que emitir uma debênture, por exemplo, uma vez que o CRI tem isenção fiscal para o investidor pessoa física.
De acordo com o que foi informado pelas empresas, o CRI da Dasa é composto de duas séries: sendo uma com sete anos de prazo e como referência de taxa a NTM-B 2028 + 0,35% ao ano, e a segunda com dez anos de prazo e a NTN-B 2030 + 0,45% a.a..
Por sua vez, a Americanas terá série única com prazo de dez anos e taxa NTN-B 32 + 0,30% anual. O tamanho de sua operação, entretanto, deve ser menor, pois a CVM exige que os contratos de locação estejam registrados na matrícula do imóvel.
E isso pode gerar algumas complicações, pois a rede de varejo tem mais de 3,5 mil lojas no Brasil e obter o registro por matrícula é uma operação complicada e de alto custo. E por ter muitas lojas em shopping, isso se torna impossível, pois os shoppings possuem matrícula única. A CVM estuda a retirada dessa exigência, em troca de outras garantias da existência dos contratos de locação.