Impacto das tarifas

Apple considera expandir produção de iPhones no Brasil

Por Anchieta Dantas Jr. - Em 06/04/2025 às 6:00 AM

Apple Iphone Foto Divulgação

A Apple, que vende mais de 220 milhões de iPhones por ano Foto: Divulgação

A Apple está avaliando a possibilidade de ampliar a montagem de iPhones no Brasil para contornar as tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos. A informação foi divulgada pela Exame na última sexta-feira (04). Com as novas tarifas encarecendo a produção na China e na Índia, a empresa estuda utilizar a fábrica da Foxconn em Jundiaí (SP) como uma rota alternativa para manter os preços competitivos.

Atualmente, a produção de iPhones depende majoritariamente de envios da China, o que pode aumentar o custo do smartphone em até 40% para os consumidores americanos. A Índia, que dobrou a produção de aparelhos entre 2024 e 2025, também foi afetada, com tarifas de 26% a partir de 5 de abril.

A Apple, que vende mais de 220 milhões de iPhones por ano, enfrenta um dilema: absorver os custos e reduzir suas margens ou repassar os valores aos consumidores, o que pode afetar a demanda. Analistas de mercado preveem que os preços podem subir de 30% a 40%, o que fez as ações da empresa caírem mais de 8%, o pior resultado desde setembro de 2020.

Infraestrutura nacional

A fábrica da Foxconn em Jundiaí já monta modelos base do iPhone 13, 14, 15 e, recentemente, recebeu autorização para fabricar o iPhone 16. A infraestrutura nacional pode ganhar importância se a Apple precisar redistribuir sua produção global para reduzir custos tarifários.

Embora a produção nacional não tenha resultado em queda significativa nos preços dos iPhones no Brasil, o foco pode ser usar o país como ponto de montagem para exportar ao mercado americano, onde as tarifas são menores que as aplicadas à China e Índia.

Um relatório da Counterpoint sugere que o aumento das tarifas pode forçar a Apple a repensar seus planos de longo prazo para a Índia. Para o Brasil, isso pode representar uma oportunidade rara. A decisão da Apple dependerá da capacidade de Jundiaí absorver uma fatia maior da produção sem comprometer prazos, logística e controle de qualidade.

Procurada pela Exame, a Apple não quis comentar o assunto.

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