FUTURO DO AÇO

ArcelorMittal Pecém busca descarbonizar processos e ampliar o seu market share

Por Marcelo - Em 27/06/2024 às 9:22 PM

ArcelorMittal Pecém produz placas de aço de alta qualidade que são exportadas para o mundo inteiro

A ArcelorMittal Pecém realizou nesta quinta-feira (27), o workshop com o tema ‘O aço e o futuro sustentável do planeta’, reunindo jornalistas e formadores de opinião na sede da siderúrgica. Inicialmente, Patrícia Colaferro, gerente Geral de Sustentabilidade e Relações Institucionais na ArcelorMittal Pecém ressaltou que a empresa está sempre de portas abertas para transmitir todos os conhecimentos sobre a indústria do aço. “Não transformamos apenas o ferro em aço, mas o meio ambiente e a vida das pessoas“, afirma.

Erick Torres disse que a visão das pessoas tem muito valor para a empresa

Na sequência, o CEO da siderúrgica cearense, Erick Torres, lembrou a importância da empresa estar conectada com todas as comunidades do entorno e a relação de transparência com a mídia. Além de destacar que a ArcelorMittal tem realizado um trabalho sério, pois o aço está presente em todos os momentos da vida humana, além de ser 100% reciclável. “As pessoas enxergam a ArcelorMittal como uma empresa séria, que traz desenvolvimento para a região. E isso tem muito valor para a gente”, destaca.

Afinal, a empresa produz mais de 550 tipos de aço diferentes, sendo 253 de maior valor agregado, que são comercializados em diversos setores econômicos como agronegócio, construção civil, indústria automotiva e naval, geração de energia, fabricação de eletrodomésticos, e muito mais. Com mais de 2.500 colaboradores diretos e cerca de 3.000 terceirizados, a planta situada no Complexo Industrial e Portuário do Pecém já superou as três milhões de toneladas de placas de aço anuais, exportando para mais de 30 países.

Workshop

Dois palestrantes de renome realizaram apresentações durante o evento, sendo a diretora de Assuntos Institucionais do Instituto Aço Brasil, Cristina Yuan, a primeira a falar sobre o mercado global e nacional. Revelou que o País possui 31 usinas integradas ou mini-mills, que processam 51 milhões de toneladas de aço anuais. E que o produto é estratégico para a soberania nacional, por ser largamente utilizado no segmento alimentar, energético e de segurança. Além de ser utilizado desde a fabricação de talheres, instrumentos cirúrgicos, veículos, navios, linhas férreas, estruturas de transmissão de energia, dentre outras.

Cristina Yuan revelou concorrência predatória da China

Mas salientou que o Brasil, nos últimos 43 anos praticamente “andou de lado”, pois cresceu apenas 9,8% em consumo per capita, enquanto a China registrou uma expansão de 1.863,4% e o México 635,4% em igual período. Disse haver evidências de concorrência predatória das siderúrgicas chinesas, que recebem altos subsídios governamentais. Tanto que a produção anual do Brasil, atualmente, equivale a apenas 11 dias de produção da siderurgia chinesa. “O aço brasileiro é taxado fortemente no exterior, mas o importando deveria ser na mesma proporção quando chega aqui. O mercado siderúrgico nacional é muito grande, mas pode ser ainda maior“, projeta Cristina Yuan.

Já o gerente de Estratégia Industrial, Descarbonização, Inovação e Excelência Operacional da ArcelorMittal Pecém, Rinaldo Pedrini, ressaltou que a empresa, que tem outras unidades no Brasil, é a maior produtora de aço da América Latina, com 15 milhões de toneladas anuais. Dentre o planejamento estratégico para os próximos anos, a unidade Pecém pretende ampliar o seu market share; deve verticalizar a produção com uma unidade de laminação e apresentar novos produtos ao mercado.

Rinaldo Pedrini diz que os processos da ArcelorMittal são eficientes

Lembrou que a planta do Pecém tem uma dos maiores índices de eficiência de produção do grupo ArcelorMittal do mundo, e tem trabalhado fortemente para melhorar a produtividade e promover a descarbonização dos processos. “Hoje temos 98,5% de recirculação de água; 99% de reaproveitamento de resíduos sólidos e estamos ampliando a utilização de sucata como matéria-prima, que é relevante para descarbonizar o processo produtivo. Há projetos de expansão sendo estudados, mas tudo depende do mercado global do aço, que tem inúmeras variáveis”, completa Pedrini.

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