A demanda por chocolate, que antes se mostrava resiliente, agora começa a enfraquecer, com volumes de vendas mais baixos FOTO: Freepik

O mercado de cacau enfrenta desafios em 2025, com o aumento acentuado nos preços do grão impactando diretamente a demanda por chocolate. Segundo análise recente do JPMorgan Chase, o banco revisou suas estimativas de déficit para a temporada 2024/25, reduzindo a previsão de uma escassez de 108.000 toneladas para 40.000 toneladas. Essa revisão reflete uma expectativa de queda de pelo menos 1,8% na demanda, impulsionada pelos preços elevados do cacau, que tornam o consumo mais difícil.

Apesar da redução do déficit, os analistas do JPMorgan destacam que os preços do cacau continuam em alta devido a preocupações com a oferta da África Ocidental, região responsável por grande parte da produção mundial. O preço dos futuros do cacau disparou no ano passado, quase triplicando, e atualmente está sendo negociado a cerca de US$ 10.000 por tonelada na Bolsa de Nova York.

O impacto dos preços elevados já está sendo sentido no mercado de chocolate. A demanda, que antes se mostrava resiliente, agora começa a enfraquecer, com volumes de vendas mais baixos. Os fabricantes de chocolate enfrentam uma pressão crescente, levando muitas empresas a buscar alternativas para mitigar os custos mais altos. De acordo com Michele Buck, CEO da Hershey, as empresas estão reformulando suas receitas, substituindo o cacau por outros ingredientes para reduzir os custos e aliviar a pressão financeira.

Com o aumento do custo de vida e a alta contínua dos preços do cacau, consumidores estão reduzindo seus gastos com chocolate, o que reflete a mudança no comportamento de consumo. Embora o déficit de oferta tenha diminuído em relação às previsões anteriores, a realidade é que a indústria do chocolate em 2025 enfrentará um ano de ajustes financeiros e adaptação a novos cenários econômicos.