MEMORANDO DE ENTENDIMENTO

Azul e Gol anunciam fusão que criará gigante do setor aéreo com 60% de participação de mercado

Por Redação - Em 15/01/2025 às 9:41 PM

John Rodgerson Ceo Da Azul Linhas Aéreas

O CEO da Azul, John Rodgerson, será o presidente do novo conglomerado, que deverá iniciar suas operações conjuntas em 2026

A Azul Linhas Aéreas (AZUL4) e o Abra Group, controlador da Gol (GOLL3), assinaram um memorando de entendimento nesta quarta-feira (15), dando o primeiro passo para uma fusão que promete remodelar o setor aéreo brasileiro. Com a união, as duas companhias formarão um novo grupo que detém mais de 60% do mercado nacional de aviação.

De acordo com o memorando, o CEO da Azul, John Rodgerson, será o presidente do novo conglomerado, que deverá iniciar suas operações conjuntas em 2026. No entanto, a fusão ainda precisa ser aprovada pelos órgãos reguladores brasileiros, o Cade e a Anac, além de depender da conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, onde a empresa está renegociando suas dívidas sob o regime do Chapter 11. A viabilidade do novo negócio está intimamente ligada ao sucesso dessa reestruturação financeira, fundamental para a concretização da transação.

O acordo também estabelece que a alavancagem combinada das duas empresas não poderá ultrapassar os níveis atuais da Gol, que está com uma relação de dívida sobre Ebitda estimada em quatro vezes. Caso esse critério não seja cumprido, a fusão será descartada.

A governança do novo grupo será compartilhada entre as duas empresas. Rodgerson assumirá como CEO, enquanto o presidente do conselho será indicado pela holding Abra, que controla a Gol e a Avianca. O conselho contará com nove membros, sendo três representantes da Azul, três da Gol e três independentes, escolhidos pelos acionistas.

Importante notar que a fusão não envolverá novos investimentos financeiros, já que o processo será baseado apenas nos ativos já existentes das duas companhias. Embora as marcas Azul e Gol sigam operando de forma independente, a fusão permitirá maior integração das operações, com aeronaves de uma companhia realizando voos da outra. Isso proporcionará uma maior conectividade entre grandes centros urbanos e destinos mais distantes, além de otimizar a malha aérea do Brasil.

A Azul também continuará sua expansão com a aquisição de novas aeronaves da Embraer, apostando em sinergias que podem facilitar sua presença em voos internacionais.

Essa fusão, se concretizada, poderá gerar um impacto significativo no mercado aéreo nacional, ampliando o poder de mercado das duas companhias e alterando a dinâmica da aviação no Brasil.

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