ALTA NO SETOR DE SERVIÇOS

Banco Central prevê impactos limitadores na cadeia produtiva até o ano que vem

Por Marcelo - Em 03/11/2021 às 11:46 AM

O Comitê de Política Monetária do Banco Central mantém a expectativa de retomada da atividade econômica no segundo semestre deste ano, ainda que menos intensa e mais concentrada no setor de serviços. A avaliação consta na ata da última reunião do Copom, divulgada nesta quarta-feira (3), e reflete o impacto das limitações na oferta de insumos em determinadas cadeias produtivas, que devem perdurar até 2022.

Banco Central diz que cenário internacional tem impactado o Brasil                Foto: Divulgação       

De acordo com o comitê, os indicadores recentes da produção industrial e do comércio tiveram resultados negativos e abaixo do esperado. Por outro lado, o setor de serviços, que foi mais atingido pelas restrições da pandemia de Covid-19, “continuam em trajetória de recuperação robusta”.
“Para 2022, se por um lado a elevação dos prêmios de risco e o aperto das condições financeiras atuam desestimulando a atividade econômica, por outro, o Copom avalia que o crescimento tende a ser beneficiado por três fatores: a continuação da recuperação do mercado de trabalho e do setor de serviços; o desempenho de setores menos ligados ao ciclo de negócios, como agropecuária e indústria extrativa; e os resquícios do processo de normalização da economia conforme a crise sanitária arrefece”, afirma a ata.

Segundo o BC, no cenário internacional, o ambiente também tem se tornado menos favorável, refletindo a persistência da inflação. “O próximo ano deve ser caracterizado por menor crescimento, com a reversão dos impulsos fiscais e avanço nos processos de normalização da política monetária. Para as economias emergentes, essa combinação implica um cenário mais desafiador”, completa o documento.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro, o BC projetava crescimento de 4,7% para a economia em 2021. Já ao longo de 2022, espera-se um ritmo de expansão menor do que no segundo semestre deste ano, resultando em crescimento anual de 2,1% no Produto Interno Bruto. O próximo relatório será divulgado em dezembro.

O mercado projeta crescimento maior neste ano e menor em 2022. Segundo a última edição do boletim Focus, os analistas econômicos preveem expansão de 4,94% do PIB em 2021 e 1,2% no ano que vem. A projeção está desacelerando por causa da persistência da inflação e da alta dos juros.

De acordo com a ata do Copom, a inflação ao consumidor segue elevada e tem se mostrado mais persistente que o antecipado, com alta dos preços mais disseminada e abrangendo também componentes mais associados à inflação subjacente, que é o núcleo da inflação, que desconsidera distúrbios de choques temporários. (Agência Brasil)

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