A teoria econômica por trás do Índice Big Mac é a paridade do poder de compra

Economistas têm destacado que o peso argentino está sobrevalorizado, ou seja, a moeda estaria com um valor superior ao considerado justo em relação ao dólar. Esse fenômeno pode ser observado, entre outros indicadores, no preço do Big Mac, o sanduíche do McDonald’s que serve como parâmetro para o Índice Big Mac, publicado pela revista The Economist.

Na edição de janeiro do índice, o peso argentino é apontado como sobrevalorizado em 20,1%. Isso significa que o preço do Big Mac em Buenos Aires é 20% mais alto do que nos Estados Unidos. Enquanto o sanduíche custa 7.300 pesos (cerca de US$ 6,95) na capital argentina, o mesmo produto é vendido por US$ 5,57 em Nova York.

A teoria econômica por trás do Índice Big Mac é a paridade do poder de compra, que sugere que as taxas de câmbio devem se ajustar de modo a equilibrar os preços de bens semelhantes entre os países. Com isso, a pesquisa indica que o dólar argentino deveria valer cerca de 1.260 pesos, ao invés dos 1.050 pesos atuais.

A sobrevalorização do peso argentino faz com que, ao viajarem para o Brasil, os turistas argentinos percebam uma diferença notável nos preços. O real brasileiro, por outro lado, é uma das moedas mais desvalorizadas, o que faz com que os produtos no Brasil sejam mais baratos para os estrangeiros. O Big Mac em São Paulo custa R$ 23,90 (cerca de US$ 4), 30,5% abaixo do preço praticado nos Estados Unidos.

Esse desajuste nas taxas de câmbio gera surpresa entre os turistas argentinos, que, ao visitarem o Brasil, relatam preços considerados baixos, especialmente no McDonald’s. Em redes sociais, postagens de argentinos impressionados com os preços em Florianópolis têm se espalhado. Um usuário mencionou que comprou quatro Big Macs, dois hambúrgueres, batatas e refrigerantes por 20.000 pesos, que equivalem a 42% menos do que pagaria em Buenos Aires.

Outros turistas, como a @espiaporelmundo, também se mostraram surpresos com o baixo custo dos produtos em lojas e supermercados no Brasil, comparando-os aos preços encontrados na Argentina. A reação de surpresa pode remeter a um fenômeno ocorrido anos atrás, quando argentinos pediam o dobro de produtos devido aos preços mais baixos no Brasil, uma situação popularmente conhecida pela expressão “¡dame dos!”.