Uma das figuras mais afetadas por essas mudanças foi Elon Musk, braço direito de Trump

O presidente Donald Trump entrou para a história ao reunir o maior número de bilionários em sua administração, com pelo menos nove integrantes em seu governo. Além disso, o magnata conta com o apoio de muitos outros milionários, incluindo 16 que o visitaram em Mar-a-Lago entre a eleição e a posse. Mesmo com um governo pró-negócios e com laços estreitos com figuras bilionárias, os primeiros meses de seu mandato têm sido um desafio para muitos desses super-ricos.

Entre 20 de janeiro e 13 de março de 2025, o mercado de ações sofreu perdas significativas. O índice S&P 500 caiu 7,9%, enquanto o Nasdaq, mais voltado para tecnologia, despencou 11,8%. O impacto foi profundo: os bilionários americanos perderam coletivamente US$ 415 bilhões (cerca de R$ 2,37 trilhões). Em comparação, no mesmo período de 2021, sob a presidência de Joe Biden, o S&P 500 teve um aumento de 2,4% e os bilionários ficaram mais ricos em US$ 153 bilhões.

Entre os fatores que afetaram negativamente o mercado estão as decisões instáveis de Trump, como a imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio, que geraram incertezas no ambiente corporativo. As novas tarifas de 25% sobre as importações desses produtos, anunciadas recentemente, desencadearam uma potencial guerra comercial, com a União Europeia planejando retaliar com suas próprias tarifas a partir de abril.

Uma das figuras mais afetadas por essas mudanças foi Elon Musk, braço direito de Trump. Apesar de ainda ser o homem mais rico do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 330 bilhões, Musk perdeu US$ 104 bilhões de seu patrimônio, em grande parte devido ao desempenho abaixo do esperado da Tesla. Relatórios indicam que as vendas da empresa caíram drasticamente nos primeiros meses de 2025, especialmente na Alemanha, China e Austrália, levando analistas a reduzir suas projeções de entregas de veículos.

O impacto da queda do mercado não se limitou a Musk. O setor tecnológico, representado por gigantes como Tesla, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta, Apple e Microsoft, viu um desvalorização coletiva de mais de US$ 1,5 trilhão (R$ 8,55 trilhões) em valor de mercado. Nomes como Jeff Bezos (Amazon), Sergey Brin (Alphabet) e Mark Zuckerberg (Meta), todos presentes na posse de Trump, estão entre os bilionários que mais perderam dinheiro desde então.

A queda no mercado de ações reflete um cenário econômico mais instável, com a promessa de desaceleração no crescimento econômico. Em março, o Federal Reserve de Atlanta previu uma contração de 2,8% no PIB do primeiro trimestre, levando alguns a falarem em uma “Trumpcessão”.

A turbulência financeira afetou fortemente os 20 bilionários americanos que mais perderam dinheiro, como mostra a lista de perdas substanciais, com destaque para Musk, Bezos, e outros magnatas do setor tecnológico. O atual cenário econômico pode sinalizar que, apesar do alinhamento de Trump com o setor empresarial, o impacto de suas políticas e do mercado global está atingindo até mesmo os mais ricos do país.