Até mesmo Elon Musk, um dos aliados mais próximos de Trump, se posicionou contra as novas tarifas

Líderes empresariais bilionários estão manifestando forte oposição ao plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor tarifas pesadas a seus principais parceiros comerciais. A medida visa corrigir o desequilíbrio comercial, mas tem gerado temores sobre uma possível desaceleração econômica global. À medida que as bolsas de valores caem e a incerteza aumenta, empresários influentes alertam para as consequências de tais políticas.

Bill Ackman, investidor bilionário e ex-apoiante de Trump, foi um dos primeiros a criticar abertamente a proposta. Em suas redes sociais, ele comparou a imposição de tarifas a uma “guerra nuclear econômica” e destacou que a iniciativa pode paralisar os investimentos empresariais e prejudicar o consumo. Para Ackman, as tarifas afetariam gravemente a reputação internacional dos Estados Unidos, causando danos econômicos que poderiam levar décadas para serem reparados.

A medida anunciada por Trump visa tarifas de até 34% sobre produtos importados da China e 20% sobre os da União Europeia, além de outras taxas elevadas a países com grandes déficits comerciais. As tarifas, que começaram a ser implementadas no fim de semana, geraram reações em cadeia nos mercados globais, com a Ásia e a Europa registrando quedas significativas. A expectativa é de que a situação piorasse ainda mais, com um impacto negativo nas economias dos países afetados.

Além de Ackman, outros grandes nomes do mundo dos negócios também criticaram as tarifas, incluindo Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, e Stanley Druckenmiller, bilionário e fundador da Duquesne Family Office. Dimon previu que as tarifas aumentariam a inflação e poderiam precipitar uma recessão global. Druckenmiller, por sua vez, questionou a eficácia da estratégia, ressaltando que tarifas acima de 10% não eram uma solução para o problema comercial.

Até mesmo Elon Musk, um dos aliados mais próximos de Trump, se posicionou contra as novas tarifas, defendendo uma situação de “tarifa zero” entre a Europa e os EUA. Em uma entrevista, Musk expressou seu desejo de ver uma zona de livre comércio entre as duas regiões, reiterando que a política tarifária de Trump poderia criar mais problemas do que soluções. Para os investidores e economistas, o maior receio é que a incerteza causada por essas tarifas leve a uma diminuição dos investimentos e ao adiamento de novos projetos econômicos.

A estratégia de Trump tem como objetivo reduzir os déficits comerciais e corrigir o que o presidente considera ser práticas desleais de outros países. No entanto, o crescente ceticismo entre os líderes empresariais e as consequências visíveis nos mercados globais sugerem que, ao invés de equilibrar o comércio, as tarifas podem aprofundar a crise econômica, colocando em risco a recuperação global pós-pandemia.