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Black Friday 2024 deve movimentar R$ 5,22 bilhões na economia brasileira
Por Redação - Em 22/11/2024 às 5:41 PM
A Black Friday de 2024 deverá movimentar R$ 5,22 bilhões no comércio brasileiro, conforme estimativas da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Caso a previsão se confirme, a data terá um crescimento de 0,4% em relação ao ano anterior, já descontando a inflação. Desde sua chegada ao calendário varejista em 2010, a Black Friday se consolidou como um dos eventos mais importantes para o setor, especialmente com o aumento das compras online e o atrativo das promoções.
O presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, destaca a relevância da digitalização para o sucesso da Black Friday. “A facilidade de comparação de preços on-line e o forte apelo promocional fizeram da Black Friday uma das datas mais expressivas do calendário varejista, sobretudo nos canais digitais”, afirmou. De fato, em 2020, a pandemia e o crescimento do e-commerce impulsionaram as vendas, gerando o maior crescimento anual desde a criação do evento.
Os segmentos de móveis e eletrodomésticos devem concentrar cerca de 46% das vendas desta Black Friday. Com uma previsão de faturamento de R$ 1,23 bilhão em móveis e R$ 1,18 bilhão em eletroeletrônicos, esses ramos continuam a ser os mais procurados pelos consumidores. Além deles, setores como vestuário, calçados e acessórios devem movimentar cerca de R$ 1 bilhão, enquanto o setor de hiper e supermercados espera um faturamento de R$ 960 milhões.
No entanto, a Black Friday de 2024 não está isenta de desafios econômicos. A taxa de câmbio, que iniciou o ano em R$ 4,89, subiu para R$ 5,77 em novembro, encarecendo produtos importados. Além disso, a taxa média de juros para pessoas físicas segue elevada, o que dificulta o acesso ao crédito, especialmente para a compra de bens duráveis. Segundo Fabio Bentes, economista da CNC, “a flexibilização recente da política monetária trouxe algum alívio, mas o crédito ainda é um fator restritivo, especialmente para bens de maior valor agregado”.
Apesar das dificuldades econômicas, o varejo brasileiro está apostando em uma expansão nas vendas de produtos importados para a Black Friday. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), as importações de bens de consumo duráveis e semiduráveis aumentaram 22% entre agosto e outubro de 2024, somando US$ 205,49 milhões. Essa estratégia visa garantir uma oferta maior de produtos e, assim, atender à demanda crescente dos consumidores.
O levantamento da CNC também monitorou os preços dos itens mais buscados nos 40 dias que antecedem a Black Friday. Aproximadamente 55% dos produtos analisados apresentaram redução de preços, destacando-se ventiladores e tênis femininos, com quedas de até 15% e 13%, respectivamente. No entanto, itens de alta demanda, como ar-condicionado e televisores, mantiveram seus preços estáveis, sem grandes variações. Segundo Bentes, “os itens com maior potencial de desconto são aqueles que já apresentavam uma queda de preços consistente antes do evento.”