O Banco do Nordeste (BNB) revelou um audacioso plano estratégico voltado para a atração de investimentos em projetos de Hidrogênio Verde (H²V) ao longo dos próximos 25 anos, consolidando sua posição de vanguarda na transição energética sustentável. Com base em protocolos de intenção firmados entre investidores privados e governos estaduais do Nordeste, o banco destacou a previsão de instalação de 28,2 gigawatts de eletrólise, representando um volume de investimentos que ultrapassa a marca de US$ 100 bilhões, aproximadamente R$ 550 bilhões.

Paulo Câmara destacou a previsão de 28,2 gigawatts de eletrólise

Durante o CB Debate, evento promovido pelo Correio Braziliense nesta quinta-feira (26), em Brasília, o presidente do BNB, Paulo Câmara, sublinhou o compromisso histórico da instituição com o financiamento de energias limpas, destacando os mais de R$ 35 bilhões investidos nos últimos seis anos. Agora, o foco está voltado para o H²V, que ele considera essencial para o futuro da sustentabilidade global. “A próxima década será marcada pela transformação dos projetos de Hidrogênio Verde em realidade. Estamos preparados para apoiar grandes empreendimentos, com a certeza de que o H²V será um vetor fundamental do desenvolvimento sustentável”, afirma.

Visando fortalecer sua capacidade de financiamento, o BNB busca novas parcerias com instituições renomadas, incluindo a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (Bird), o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e fundos soberanos. Esses recursos adicionais serão cruciais para impulsionar os projetos de Hidrogênio Verde, contribuindo para a criação de um setor robusto e financeiramente sustentável. Paulo Câmara ressaltou, ainda, a atuação do Governo Federal em promover essa transição energética por meio de iniciativas como a Nova Indústria Brasil e o Novo PAC.

Reduzir desigualdades

O diretor de Planejamento do BNB, José Aldemir Freire, destacou outro aspecto crucial do planejamento estratégico do banco: o papel do Hidrogênio Verde na redução das desigualdades regionais. Para ele, é imperativo que o Brasil não apenas se posicione como produtor de energia verde, mas também incorpore tecnologia local à sua indústria. “Precisamos garantir que o desenvolvimento tecnológico ligado à energia renovável seja amplamente acessível, promovendo uma verdadeira transformação social nas regiões onde esses projetos estão sendo implementados”, ressalta.

Essa visão é compartilhada por Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que reforçou o compromisso do País com a transição energética dentro das missões centrais da Nova Indústria Brasil. O Plano Mais Produção, que prevê R$ 342,5 bilhões em crédito, coloca a sustentabilidade no centro das estratégias de desenvolvimento industrial, com foco na mitigação das mudanças climáticas e no fortalecimento das energias renováveis, como o H²V.

Dessa forma, o BNB, ao lançar seu plano estratégico para o Hidrogênio Verde, não apenas reafirma seu papel como protagonista no cenário de energia limpa no Brasil, mas também dá um passo decisivo para moldar o futuro econômico da Região Nordeste, promovendo inovação tecnológica, distribuição de renda e desenvolvimento sustentável. Com a captação de investimentos internacionais e uma visão focada na inclusão social e na preservação ambiental, o BNB estabelece uma nova era para o setor energético, pavimentando o caminho para uma economia verdadeiramente descarbonizada.