O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, ressaltou o protagonismo da região na produção de energia renovável e o papel estratégico desse potencial para fomentar um crescimento econômico sustentável e socialmente justo. A declaração foi feita durante o IV Fórum Debate Desenvolvimento, realizado em Fortaleza. O evento, promovido em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), reuniu representantes do Sistema Nacional de Fomento e dos governos federal e estadual para discutir ‘O financiamento à transição justa e o potencial do Nordeste brasileiro’.

Paulo Câmara salientou financiamentos bilionários em energia renovável

Ele destacou que o BNB já investiu mais de R$ 37 bilhões em projetos de energia solar e eólica nos últimos anos, consolidando a região como um polo de inovação e desenvolvimento no setor de energias renováveis. Além disso, frisou que o Hidrogênio Verde, considerado uma das principais apostas para a descarbonização global, está no centro das estratégias de transição energética do Nordeste, com diversos protocolos de intenção de investimentos já em andamento. “A descarbonização só será eficaz se for economicamente viável, socialmente inclusiva e ambientalmente sustentável”, afirma Câmara.

O fórum também abordou questões urgentes relacionadas às mudanças climáticas, parcerias financeiras estratégicas e as crescentes oportunidades de negócios sustentáveis no Brasil. As discussões destacaram como a transição energética pode posicionar o Nordeste como um exemplo de liderança global no setor de energias limpas, ao mesmo tempo em que promove o desenvolvimento socioeconômico da região.

Acordo relevante

Um dos momentos mais significativos do evento foi a assinatura de um acordo de cooperação entre a ABDE e a organização internacional Governos Locais pela Sustentabilidade (ICLEI), que visa promover o financiamento de projetos que aumentem a resiliência e sustentabilidade das cidades brasileiras. A ICLEI, presente em mais de 130 países, atua no desenvolvimento de políticas de baixo carbono e na promoção de cidades mais sustentáveis e preparadas para os desafios climáticos.

Márcia Maia, diretora da ABDE e presidente da Agência de Fomento do Rio Grande do Norte, ressaltou a importância de garantir que a transição energética seja conduzida de forma justa para as comunidades envolvidas. “É essencial que as populações sejam devidamente consultadas, que não sofram impactos negativos significativos e que possam se beneficiar dos resultados econômicos gerados pelo setor de energias renováveis. A transição energética precisa ser justa para todos os territórios implicados nesses projetos”, destaca.

O evento também contou com a presença de outros especialistas, como Paulo Simplício, da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), e Joaquim Rolim, consultor de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), que contribuíram com insights sobre os desafios e as oportunidades da transição energética no contexto brasileiro e global.