Os investimentos em transição energética no país foram impulsionado por energia eólica, solar e veículos elétricos Foto: Pixabay

Durante o Fórum da Bloomberg NEF, realizado na terça-feira (1) em São Paulo, especialistas destacaram que, apesar do Brasil ter captado US$ 37 bilhões em investimentos para a transição energética em 2024, desafios como riscos cambiais, entraves regulatórios e falta de instrumentos financeiros inovadores ainda limitam o pleno potencial do país.

Em 2024, o Brasil se consolidou como o sétimo maior destino global de investimentos em transição energética, com um crescimento pelo terceiro ano consecutivo, impulsionado por energia solar, eólica e veículos elétricos. No entanto, esse valor representa apenas 1,8% dos US$ 2 trilhões investidos globalmente, evidenciando um paradoxo frente à sua liderança em recursos naturais e energias renováveis.

Os dados são do relatório anual “Brazil Transition Factbook 2025”, da Bloomberg NEF, que também revela que o país precisa investir US$ 6 trilhões para zerar as emissões até 2050.

Embora o Brasil seja líder em matriz renovável no G20, com 88%, 53% das emissões ainda vêm do transporte, e a eletrificação é vista como o motor para a descarbonização. O setor de veículos elétricos cresceu 126% no ano passado, com vendas atingindo 6% do mercado automotivo, impulsionadas pela chegada de montadoras chinesas como a BYD, que deve inaugurar uma fábrica no país em 2025.

A Bloomberg NEF prevê ainda que as finanças sustentáveis devem aumentar ainda mais neste ano, com a introdução de uma nova taxonomia, relatórios de riscos climáticos e amadurecimento do mercado de carbono regulado.