BALANÇO DO SEBRAE

Brasil encerra 2024 com 125 Indicações Geográficas; Ceará se destaca com renda de filé de Jaguaribe

Por Redação - Em 26/12/2024 às 9:50 AM

Renda Filé

Um dos produtos com Indicação Geográfica obtida neste ano foi a renda filé de Jaguaribe, no interior cearense

O Brasil alcançou a marca de 125 Indicações Geográficas (IGs) registradas, valorizando produtos típicos e tradicionais de diversas regiões do país. Em 2024, o processo de reconhecimento das IGs incluiu a camomila desidratada de Mandirituba (PR), o abacaxi de Porto Grande (AC) e as peças de renda filé de Jaguaribe, no Ceará. O ano culminou com a última IG do ano, concedida à banana de Luiz Alves (SC). De acordo com especialistas, o Brasil tem um grande potencial para expandir esse número, que pode chegar a 200 registros nos próximos dois anos.

As Indicações Geográficas (IGs) têm como função principal agregar valor aos produtos tradicionais vinculados a territórios específicos, protegendo e promovendo a identidade regional. Elas garantem a autenticidade e qualidade dos produtos, que são reconhecidos por suas características únicas e pelos métodos de produção estabelecidos ao longo do tempo.

A coordenadora de Tecnologias Portadoras de Futuro do Sebrae, Hulda Giesbrecht, acredita que o Brasil pode alcançar até 200 registros nos próximos dois anos. “Temos um imenso potencial, principalmente quando comparamos com a Europa, que, embora tenha um território de dimensões semelhantes ao nosso, conta com mais de 3.500 IGs registradas”, observa.

Uma das estratégias para o fortalecimento das IGs no Brasil é melhorar o controle e a rastreabilidade dos produtos. Em novembro, durante o VI Evento Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas – Origens Brasileiras, foi lançada a Plataforma Origem Controlada de Cafés, uma parceria entre o Sebrae, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e o Instituto da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (ICNA). A plataforma reúne dados e informações das 15 regiões produtoras de café reconhecidas com IGs, garantindo maior confiabilidade ao mercado e visibilidade aos produtores.

Segundo Hulda Giesbrecht, essa iniciativa impactará diretamente o mercado de café e será expandida para outros produtos, como mel e queijo, nos próximos anos. O Sebrae, que acompanha os produtores durante o processo de reconhecimento junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), oferece apoio desde o diagnóstico inicial das regiões até a estruturação das IGs. “Nós ajudamos a identificar as condições necessárias para o reconhecimento de uma IG, elaboramos cadernos de especificações técnicas e auxiliamos na criação de entidades para gerenciar a IG”, explica a especialista.

As IGs não apenas agregam valor aos produtos, mas também promovem a herança histórico-cultural das regiões, assegurando que os produtores locais possam se beneficiar de uma notoriedade exclusiva. Além disso, elas são uma ferramenta essencial para a proteção das práticas tradicionais e para o fortalecimento econômico das comunidades envolvidas.

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