O excelente ritmo de vendas, com média diária de 10.743 unidades, ajudou a reduzir os elevados estoques das fábricas e das concessionárias FOTO: Agência Brasil

Impulsionado pela Medida Provisória 1.175, que concedeu estímulos à venda de veículos entre junho e o início de julho de 2023, e por ações e descontos das marcas, o setor de veículos registrou avanços expressivos no Brasil no último mês. O número de licenciamentos atingiu 225,6 mil veículos em julho, melhor número desde julho de 2019, antes da pandemia de covid-19. Na comparação com junho, houve crescimento de 19% no número de licenciamentos. Quando comparado com julho de 2022, o avanço foi ainda maior: 24%. As informações foram divulgadas nesta segunda-feira (7) pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Conforme a entidade, o excelente ritmo de vendas, com média diária de 10.743 unidades, ajudou a reduzir os elevados estoques das fábricas e das concessionárias, que estavam acima de 250 mil unidades no fim de maio e, agora, estão abaixo de 200 mil. Os elevados estoques, contudo, afetaram a produção de veículos no Brasil, que somou 183 mil unidades em julho, queda de 3,3% na comparação com junho.  Apesar disso, a Anfavea avalia que “o quadro foi de estabilidade nos números, a despeito de várias paradas de fábricas por férias coletivas, lay-offs e outros ajustes da oferta à demanda”.

No acumulado do ano, a produção de 1,315 milhão de unidades está praticamente igual à dos sete primeiros meses de 2022, com alta de 0,3%. O mercado interno acumula 1,224 milhão de unidades vendidas, 11,3% a mais que no ano passado.

Exportações

Conforme a Anfavea, o indicador mais prejudicado deste ano é o das exportações, sobretudo pelas complicações internas de destinos importantes como Colômbia e Chile, entre outros países sulamericanos. “A Argentina mantém os patamares de 2022 no comércio com o Brasil, que já estavam aquém do potencial do mercado vizinho. A única surpresa positiva é o México, que lidera pela primeira vez na história o ranking de embarques de modelos brasileiros, com mais de 83 mil unidades, 90% acima do volume do ano passado”, diz a entidade.

No acumulado de janeiro a julho de 2023, as exportações brasileiras somaram 257,7 mil unidades, queda de 10,6% em relação a igual período de 2022.

Máquinas

O setor de máquinas continua em patamares elevados, mas um pouco aquém dos bons números do ano passado. No fechamento do primeiro semestre, máquinas agrícolas tiveram queda de 6,8% nas vendas e de 5,2% nas exportações, em função da baixa nos preços das commodities. Já as máquinas rodoviárias caíram 14,8% no mercado interno, mas cresceram 9,4% nos mercados fora do país.