Apesar do ritmo acelerado de arrecadação nos primeiros meses de 2025, a expansão da tributação no restante do ano tende a ser mais moderada

O Impostômetro da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) marcará, no próximo domingo (9), às 6h09, a marca de R$ 500 bilhões em impostos pagos pelos contribuintes brasileiros desde o início de 2025. Esse montante representa um crescimento de 8,3% em comparação com o mesmo período de 2024, quando o valor arrecadado foi de R$ 461,6 bilhões.

De acordo com o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, o aumento na arrecadação pode ser explicado por uma série de fatores econômicos. “O aquecimento da economia, a alta da inflação e o aumento de tributos são elementos que contribuem para esse crescimento”, afirmou o especialista. A inflação, em particular, tem um impacto significativo, já que o sistema tributário brasileiro é predominantemente baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços de bens e serviços.

Além disso, a ACSP aponta que a elevação das alíquotas do ICMS, a reoneração dos combustíveis, e a revisão de incentivos fiscais estaduais foram determinantes para o aumento da carga tributária. Outras medidas do governo federal, como a tributação offshore e a retomada do voto de qualidade no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), também desempenharam papel importante nesse processo.

Apesar do ritmo acelerado de arrecadação nos primeiros meses de 2025, Ruiz de Gamboa acredita que a expansão da tributação no restante do ano tende a ser mais moderada. Isso se deve a uma projeção de crescimento econômico mais baixo e ao impacto da alta da taxa básica de juros (Selic), que pode reduzir o dinamismo da economia e, consequentemente, a geração de receita tributária.

O Impostômetro da ACSP, que monitora em tempo real o total de impostos pagos no país, tem sido uma ferramenta de destaque para alertar a população sobre o peso da tributação no Brasil. Para muitos, o valor arrecadado serve como um indicativo da alta carga tributária enfrentada pelos cidadãos e empresas, gerando debates sobre a necessidade de uma reforma tributária no país.