GÁS NATURAL

Cagece, Cegás e UFC tem financiamento aprovado pelo BNB para projeto inovador

Por Marcelo - Em 16/01/2024 às 10:03 AM

Uma parceria firmada entre as companhias de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) e de Gás do Ceará (Cegás), juntamente com a Universidade Federal do Ceará (UFC), vai acelerar o projeto de pesquisa que pretende viabilizar a produção e aumentar a disponibilidade de gás natural no Estado. O financiamento foi aprovado em edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci) do Banco do Nordeste do Brasil (BNB). O projeto ficou com a maior nota no Ceará e a terceira maior no Brasil, com 81,25 – concorrendo com 57 propostas de projetos de pesquisa.

A aprovação no edital do Fundeci garantirá o aporte de R$ 1 milhão do BNB para o desenvolvimento da pesquisa, somando a outros dois aportes na ordem de R$ 300 mil da Cegás e da Cagece, cada. “Essa é uma parceria que todos nós ganhamos, empresas, UFC e, sobretudo, a sociedade. Isso é bom tanto para a universidade quanto para a indústria. É através dessa relação que se desenvolvem profissionais mais habilitados para o mercado, além de novas tecnologias. E a Cegás, assim como a Cagece, tem o olhar cuidadoso nesse sentido”, afirma Gustav Souza Costa, diretor Técnico e Comercial da Cegás.

Cagece, Cegás e UFC realizarão o projeto que é considerado inovador, em análise de nível internacional

Visando aumentar a disponibilidade de gás natural no Ceará, segundo ele, serão aproveitadas as emissões de CO² (dióxido de carbono) provenientes dos biodigestores dos aterros sanitários e fazê-lo reagir com Hidrogênio Verde (H²V) para a produção de um metano sintético, que seria, em seguida injetado na rede da Cegás. O Hidrogênio Verde que reagiria com o CO² capturado, seria gerado a partir do tratamento do chorume dos próprios aterros sanitários.

Outra oportunidade de produção de gás natural seria aproveitar o potencial das Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) da Cagece, que durante o tratamento de efluentes já produzem CO², que passaria a ser capturado para reagir também com Hidrogênio Verde que seria produzido, desta vez, a partir de água de reuso das próprias ETEs da companhia. “Este é um projeto que está incluído no programa de inovabilidade energética da companhia e que vai contribuir também para a descarbonização de nossas atividades”, explica Thiago Dantas, engenheiro químico da Cagece.

Interiorizar

Aumentar a disponibilidade de mais gás natural seria primordial para atender a uma demanda do energético em cidades do interior do Ceará. “Nós temos hoje um mapeamento de uma demanda para interiorizar o gás natural em regiões isoladas da nossa rede. Essa iniciativa aumentará a disponibilidade do energético para a sociedade e ainda de maneira renovável, já que ele não será um gás de origem fóssil”, conclui Gustav Costa.

Para William Magalhães Barcellos, coordenador do Laboratório de Combustão, Energias Renováveis e Hidrogênio (LACERH) do Departamento de Engenharia Mecânica da UFC, o projeto é motivo de orgulho e é fruto de uma relação promissora e cooperativa. “O nosso laboratório vai se tornar um centro de excelência nessa área, construindo um protótipo. A efeito de análise internacional, trata-se de um projeto inovador. Poucos países contam com essa tecnologia que se mostra interessante”, ressalta.

Para o diretor-presidente da Cegás, Miguel Nery, o projeto permitirá o desenvolvimento de solução tecnológica que elevará a competitividade do gás natural no Estado do Ceará. A formalização oficial do projeto, com a assinatura de contrato e dispêndio de recurso para o desenvolvimento da pesquisa será realizada no mês que vem.

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