Campos Neto assegurou que o Banco Central se compromete a reforçar a mensagem de que suas decisões são exclusivamente técnicas FOTO: Agência Brasil

A quatro meses do fim de seu mandato, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, reiterou, nesta terça-feira (20), que a instituição continuará a tomar decisões com base em critérios técnicos, independentemente de quem assumir a presidência no futuro. Em sua participação no Macro Day, fórum promovido pelo BTG Pactual, Campos Neto destacou que a política monetária do BC será guiada pela necessidade de controlar a inflação, e não por pressões externas ou interesses políticos.

Campos Neto abordou a recente preocupação com o desvio das expectativas de inflação em relação à meta estabelecida, que, segundo ele, foi exacerbada pela percepção de que a política monetária poderia estar sendo influenciada por considerações políticas. Campos Neto assegurou que o Banco Central se compromete a reforçar a mensagem de que suas decisões são exclusivamente técnicas, visando sempre o cumprimento das metas inflacionárias.

Ele ressaltou que a postura técnica do BC tem contribuído para a diminuição do prêmio de risco, que havia aumentado após a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio. Naquela ocasião, houve um desacordo interno, com diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo um corte mais agressivo na taxa de juros, o que gerou preocupações no mercado sobre a possível influência política nas decisões do BC.

Campos Neto observou que a construção de credibilidade na política monetária é um processo que leva tempo e não se resolve com uma ou duas reuniões. Ele reafirmou que o BC seguirá sua trajetória técnica e independente até o final de seu mandato e além, para garantir a estabilidade econômica e o controle da inflação.

Com a proximidade do fim de seu mandato, Campos Neto deixa o Banco Central com a missão de manter a confiança do mercado e assegurar a continuidade da política monetária técnica e eficaz.