OITAVO DO BRASIL

Ceará lidera o Índice FIEC de Inovação no N/NE pelo terceiro ano consecutivo

Por Marcelo Cabral - Em 17/12/2024 às 1:42 PM

O Ceará ficou em primeiro lugar nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com o Índice FIEC de Inovação dos Estados 2024, apresentado nesta terça-feira (17),  realizado pelo Observatório da Indústria, com apoio da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O levantamento deste ano demonstra que São Paulo é o estado mais inovador do Brasil, seguido por Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Em nível nacional, o Ceará ocupa a oitava colocação entre todas as unidades federativas, mas ficou na quarto em Intensidade Tecnológica e Criativa e na quinta em sustentabilidade ambiental.

O índice promovido pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), está na sua sexta edição e se consolida como uma referência para o fortalecimento dos ecossistemas de inovação existentes no território nacional. “O Índice FIEC de Inovação dos Estados já se tornou uma relevante contribuição para o fortalecimento dos ambientes de inovação em todo o País, sendo utilizado por diversos governos estaduais para otimizar políticas de ciência, tecnologia e inovação”, destaca Ricardo Cavalcante, presidente da FIEC.

Educação

Guilherme Muchale destaca a relevância do nível educacional no Ceará

De acordo com o gerente do Observatório da Indústria da FIEC, Guilherme Muchale, o bom desempenho regional do Ceará é explicado por causa do excelente nível da educação no Estado, com indicadores muito  positivo em relação a capital  humano, que podem gerar ganhos futuros na temática de ciência, tecnologia e inovação. Inclusive, no ano que vem o Ceará receberá uma unidade do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), que vai fortalecer a qualidade e a oferta de capital humano de graduação e, futuramente, de pós-graduação e produção científica.

“Há as instituições, que é um indicador que em geral o Ceará fica bem colocado, tanto pelo histórico da responsabilidade fiscal existente, que ao longo dos últimos dois anos tem facilitado a capacidade do Estado em investir em ciência, tecnologia e inovação. As energias renováveis, onde fomos ganhando posições na sustentabilidade ambiental e com a economia digital, investimentos em data centers, tecnologia da inovação e comunicação, economia criativa, têm elevado o Ceará em termos de um melhor posicionamento“, explica, ao lado de Eduarda Mendonça, especialista em  Inteligência Competitiva do Observatório da Indústria.

Ele acredita que o Índice de Inovação do Ceará continue avançando nos próximos anos, mas é importante o fortalecimento da parceria entre o setor produtivo, poder público e academia, como tem ocorrido na questão do Hidrogênio Verde (H²V), que é um case muito positivo. “Espero que o exemplo do Hidrogênio Verde se multiplique em outras temáticas e setores para o fortalecimento dessa interação que é positiva, como parques tecnológicos e empreendedorismo inovador, que ainda tem muito espaço para avançar”, ressalta Guilherme Muchale.

Desafios

Embora os avanços sejam claros, o estudo também aponta desafios persistentes, como o Custo Brasil, estimado em R$ 1,7 trilhão anuais. Esse valor elevado, resultante de problemas como burocracia, infraestrutura deficiente e falta de qualificação da mão de obra, segue sendo um obstáculo significativo ao crescimento da inovação no País. Aspectos como judicialização e riscos trabalhistas também contribuem para essa expansão mais lenta.

“São necessárias diversas ações em conjunto para que o cenário de inovação no Brasil tenha um avanço mais rápido. Como a ampliação das políticas públicas que incentivam a qualificação do capital humano, a redução da burocracia e a melhoria da infraestrutura. Elas são essenciais para diminuir essas disparidades regionais e impulsionar a competitividade em todo o território nacional“, complementa Eduarda Mendonça.

 

 

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