AVIAÇÃO

CEOs da Azul, Gol e Latam debatem sobre os benefícios e os riscos da fusão de áreas no Brasil

Por Marlyana Lima - Em 13/03/2025 às 4:00 AM

Befunky Collage

Abhi Shah, presidente da Azul, Celso Ferrer, CEO da Gol, e Jerome Cadier, CEO da Latam debateram sobre a fusão no Fórum Panrotas

A chance de consumidores conseguirem tarifas aéreas mais acessíveis, assim como empresas contarem com transportes de cargas aeroviários mais preços mais competitivos, pode ser diretamente afetada por uma possível fusão de companhias aéreas no Brasil. O assunto aliás vem gerando discussão no mercado e durante a quarta-feira (12) foi o tema mais importante discutido no encerramento do Fórum Panrotas, em São Paulo.

Pela primeira vez, os executivos das três maiores companhias aéreas do paísAbhi Shah (Azul), Celso Ferrer (Gol) e Jerome Cadier (Latam) – subiram ao mesmo palco para discutir a tão especulada fusão entre Azul e Gol. O painel foi mediado pelo jornalista William Waack e abordou temas como economia, regulamentação e impactos para os passageiros.

O CEO da Azul, Abhi Shah, destacou o processo de restrição da companhia, que está trocando ações por dívidas e redução de custos de juros, envolvendo um maior fluxo de caixa. Ele defendeu a fusão como um caminho natural para fortalecer a aviação brasileira.

“Precisamos de uma empresa que concorre globalmente por aeronaves, motores, peças e mercado. A fusão traz benefícios, crescimento e vantagens para os brasileiros. Já esperamos medidas de mitigação, mas nada fora do normal”, afirmou durante o painel.

Celso Ferrer, CEO da Gol, defendeu que antes da fusão, a prioridade da companhia deve ser a conclusão do processo de reestruturação. Segundo lembrou, a Abra (holding que controla a companhia) tem a visão de um grupo cada vez mais forte, com maior estabilidade e presença global.

A principal discussão girou em torno das medidas de mitigação que poderão ser impostas pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Jerome Cadier, CEO da Latam, foi enfático ao dizer que não é contra a fusão, mas alertou para os riscos de concentração de mercado.

O executivo comentou sobre o possível impacto da fusão nas tarifas aéreas: “Há margem para uma operação viável e para a concorrência entre companhias, mas sem medidas de mitigação, a tendência é que os preços subam“, alertou.

O futuro do setor

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Fusão de companhias aéreas no Brasil vem sendo discutida e divide opiniões no mercado

Para o CEO da Latam, a possível fusão entre Azul e Gol será um processo complexo, envolvendo negociações delicadas com órgãos reguladores e exigindo estratégias para garantir a competitividade do mercado. “Nunca me coloquei contra (a fusão de Gol e Azul), mas acho que precisamos ter cuidado. Sou contra a fusão sem a devida mitigação para que não prejudique a concorrência e, consequentemente, os passageiros”, ponderou.

O fato é que, se for aprovada, a união pode redefinir a aviação no Brasil, criando uma companhia mais robusta para competir globalmente. No entanto, o impacto para os consumidores ainda é incerto.

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